Quais são as tendências do varejo para 2024? - Rede Gazeta de Comunicação

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Quais são as tendências do varejo para 2024?

Renato Martins

Vice-presidente e Diretor Comercial na GM PROMO/Membro do Conselho da Supera Holdings

O cenário é positivo para o varejo. Segundo a pesquisa IPC Maps, publicada pela IPC Marketing Editora, o segmento varejista em 2023 cresceu 3,2% em comparação com 2019, indo de R$ 424 bilhões para R$ 437,8 bilhões. Além disso, ao longo destes anos foram abertos mais de 103 mil pontos comerciais. Apesar de diversos negócios ainda estarem inseguros com a situação econômica, o setor está apresentando um bom desenvolvimento.

Parceria entre setores

Para 2024 é possível esperar que estes valores se mantenham positivos e, um dos motivos principais para isso, deverá ser a conexão maior entre indústria e varejo, principalmente quando estamos falando de atacado. A tendência, portanto, será a unificação das estratégias destas duas pontas, levando em consideração o trade marketing, que hoje não envolve apenas uma análise de gestão de categoria, mas estuda desde a experiência e engajamento de uma gôndola até uma comunicação de um sortimento específico para que aconteça a fidelidade do shopper.

Análise de dados

É fato que a excelente experiência dos consumidores será cada vez mais essencial em um cenário de alta concorrência e consumidores exigentes, e a análise de dados seguirá como peça-chave para marcas conhecerem as necessidades do público-alvo e os hábitos de consumo que estão tendo no momento. Para se ter uma ideia, de acordo com um estudo do Grupo Toccato, empresa de soluções de inteligência de dados, 93% das empresas e órgãos entrevistados reconhecem que os dados são importantes para a execução de processos, o que mostra como de fato, informações são hoje fundamentais para tomadas de decisões.

Assim, ferramentas tecnológicas continuarão avançando para fornecerem informações aprofundadas que permitam ações mais estratégicas em cada ambiente de vendas, levando em consideração que cada espaço necessidade de uma gestão de categoria e ações diferentes.

Trade marketing

Além disso, o setor industrial está começando a ver como deve incentivar o trade marketing no varejo, afinal, querem que os produtos sejam vendidos. Hoje tem acontecido uma mudança geracional, em que novos varejistas e profissionais da indústria estão começando a trocar mais informações entre si para se beneficiarem. O cenário de grandes egos e resistência a abrir números está mudando, dando espaço para profissionais que entendem a preciosidade dos dados e tecnologias. Assim, a tendência de fusão entre o trade marketing da indústria e o trade marketing do varejo é muito forte.

Em um cenário de união entre estes setores, é como se ambos trabalhassem juntos para atender as demandas dos shoppers. Os resultados são mais facilidade e assertividade na hora de planejar ações e colocá-las em prática para vender mais e até mesmo fidelizar novos consumidores.

O melhor dos dois mundos

Também é importante destacar o “figital”, ou seja, a junção do físico com o digital, já que ambos possuem alta relevância na atualidade e negócios precisam criar estratégias para trabalharem com as duas pontas de forma assertiva e até mesmo complementar. O trade marketing e os dados nesse cenário também são importantes guias para tomadas de decisões, e negócios precisam ter atenção a isso.

Concluo, portanto, que indústria e varejo devem caminhar cada vez mais juntos em 2024, o que é altamente benéfico para ambos os lados. Quanto mais dados todos os profissionais dessa grande cadeia trocarem entre si e os analisarem, mais poderão juntos, atingir os consumidores. Cada vez mais o mercado perceberá as vantagens deste movimento e por isso, podemos esperar um cenário de resultados ainda melhores.   

Ao invés de simplesmente desejar e esperar, precisamos esperançar, no conceito utilizado por Paulo Freire para essa palavra. Significa se levantar, ir atrás, construir, não desistir, seguir adiante, juntar-se com outros para fazer de outro modo.

Sejamos esses agentes e façamos nós a construção das condições objetivas necessárias para modificar a correlação de forças na sociedade, capaz de superar os obstáculos à desejada implementação de um sistema tributário efetivamente progressivo e promover justiça fiscal e social.