Protagonismo Juvenil em tempos de isolamento social no Brasil: algumas possibilidades (parte 1) - Rede Gazeta de Comunicação
Protagonismo Juvenil em tempos de isolamento social no Brasil: algumas possibilidades (parte 1)

ANA FONSECA

Historiadora e professora de História do Colégio Santa Amália Maple Bear, em São Paulo

Educação à distância. Ensino remoto. Ensino Digital ou Online.  Assim como estes conceitos são confusos, também foi confuso e desafiador o trabalho do professor durante a pandemia de COVID-19, em cenário de isolamento social.

Não cabe aqui debruçar sobre a conceitualização destes termos, mas compreender e analisar como manter o direito e à qualidade da educação na e além da tela do computador. Ainda que diversos documentos oficiais enfatizem a máxima da educação como um direito humano e dever do Estado e da nossa sociedade, como a nossa Constituição Federal de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases de 1996, esse direito tem sido colocado em xeque frente ao novo cenário.

Se por um lado a quarentena trouxe aspectos positivos, já que muitos puderam poupar tempo ao evitar deslocamentos e desfrutar de mais tempo com a família, outros ainda não conseguiram administrar a mudança de rotina e tempo durante a quarentena.

Dentre estes, estão milhares de estudantes das redes públicas e particulares de ensino do Brasil. O não comparecimento ao ambiente escolar tende a levar os estudantes a um processo de desorganização, desinteresse e isolamento pedagógico, haja vista as desigualdades sociais relacionadas ao acesso à tecnologia como recurso educacional.

Diante deste cenário, como, enquanto profissionais de educação, podemos garantir, ou ao menos estimular, o engajamento do aluno nas aulas e em seu aprendizado em um cenário de isolamento? Quais estratégias podemos utilizar para manter o aluno ativo, mesmo atrás da câmera desligada da tela do computador?    

Uma das possíveis chaves que pode nos auxiliar nesse processo é o desenvolvimento do protagonismo juvenil. Mas o que seria isso?

Baseado nas novas resoluções da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), a educação do século XXI deve focar na construção de um ser humano íntegro, cujas áreas de desenvolvimento não estejam restritas a questões acadêmicas. Isto é, passam a fazer parte dos objetivos educacionais competências e habilidades voltadas à saúde mental e emocional, tecnologia e, sobretudo, cidadania.

Desta forma, uma das grandes transformações vigentes no mundo atual do ponto de vista da educação e da cidadania diz respeito ao protagonismo do estudante em seu aprendizado. Esse debate sobre uma educação centrada na aprendizagem e não no ensino em si, já é pautado desde o advento do Construtivismo com Piaget e Vigostsky.

Adiciona-se a isso, agora, a ideia de que não só devemos focar no aprendizado do estudante enquanto indivíduo, mas sobretudo, capacitá-lo para que seja ele próprio o protagonista de seu desenvolvimento educacional e porque não dizer, cidadão. Tal aspecto é contemplado na BNCC como “protagonismo comunitário”, com o objetivo de desenvolver o aluno e incentivá-lo a buscar soluções para questões reais.

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