Projetos de hidrogênio de baixo carbono anunciados no Brasil somam investimentos de mais de R$ 188 bilhões, mostra CNI - Rede Gazeta de Comunicação

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Projetos de hidrogênio de baixo carbono anunciados no Brasil somam investimentos de mais de R$ 188 bilhões, mostra CNI

Porto de Pecém (CE) se destaca como destino que deve receber mais recursos. Estudo mapeia produção dessa fonte de energia, principais aplicações e indica setores que mais se beneficiariam

A aprovação do marco legal do hidrogênio de baixo carbono (Lei 14.948) estabeleceu um momento histórico para a indústria brasileira. Assim como a Lei do Petróleo foi fundamental para a exploração de hidrocarbonetos no Brasil em 1998, essa lei marca o início do desenvolvimento da cadeia do hidrogênio e reforça o comprometimento do país com a descarbonização da economia.

Já existem investimentos anunciados para mais de 20 projetos de hidrogênio a partir de fontes renováveis no Brasil que somam R$ 188,7 bilhões. O baixo custo e alta elasticidade de oferta da geração elétrica renovável colocam o país em condição de vantagem competitiva. Por essa razão, existe a expectativa que o Brasil produza hidrogênio com um dos menores custos do mundo em 2030.

Os dados constam do estudo Hidrogênio Sustentável: Perspectivas para o Desenvolvimento e Potencial para a Indústria Brasileira, elaborado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgado nesta segunda-feira (26).

“A CNI tem um papel catalisador no engajamento do setor industrial nesse processo. Por meio do Comitê da Indústria para o Hidrogênio Sustentável, atuamos em parceria com empresas e stakeholders para difundir conhecimento, monitorar e debater as políticas públicas. Uma das principais iniciativas foi a criação da Plataforma da Indústria para o Hidrogênio Sustentável, que permite acompanhar as iniciativas empresariais e de política pública na área do hidrogênio sustentável”, detalha o presidente da CNI, Ricardo Alban.

O hidrogênio produzido a partir de fontes renováveis ou de fontes fósseis associadas à captura e estocagem do dióxido de carbono (CO2) tem sido visto como uma estratégia para a descarbonização dos segmentos “hard to abate”. É o caso dos setores industriais que precisam de calor em alta temperatura, indústrias como aço, vidro, química, alumínio e a de fertilizantes.

Diversos portos brasileiros estão desenvolvendo projetos para se posicionar como hubs de hidrogênio de baixo carbono – centros geográficos que envolvem uma cadeia de atividades de produção, transporte, entrega e uso final dessa fonte de energia. Entre os investimentos identificados, o Porto de Pecém (CE) se destaca como destino que deve receber mais aportes financeiros – cerca de R$ 110,6 bilhões.

O hub do Ceará foi lançado em fevereiro de 2021 pelo governo do estado, em parceria com Federação das Indústrias do Ceará (FIEC), Universidade Federal do Ceará (UFC) e Complexo do Pecém (CIPP S/A). De lá para cá, foram assinados 34 memorandos de entendimento que evoluíram para quatro pré-contratos com empresas nacionais e internacionais.

De acordo com o levantamento da CNI, destacam-se também os portos de Parnaíba (PI) com R$ 20,4 bilhões; Suape (PE) com R$ 19,6 bilhões; e Açu (RJ) com R$ 16,5 bilhões.

O entusiasmo com a exportação de hidrogênio e seus derivados está associado à disponibilidade e baixo custo de produção da energia elétrica renovável no país e pelo interesse europeu de importação desses produtos. Recentemente, a Alemanha organizou um leilão internacional para compra de amônia verde – produzida a partir do hidrogênio de baixo carbono.

A amônia é o produto químico com maior demanda industrial de hidrogênio. Em 2021, foram produzidas, globalmente, 190 megatoneladas de amônia, que consumiram aproximadamente 34 megatoneladas de hidrogênio, conforme dados da Agência Internacional de Energia (IEA). No Brasil, a produção de amônia consome cerca de 145 mil toneladas de hidrogênio por ano.

Esse composto químico tem um papel crucial na agropecuária e, consequentemente, na garantia da segurança alimentar mundial, já que 70% de sua produção é direcionada para produção de fertilizantes nitrogenados. 

Como o Brasil ainda importa quantidades significativas de fertilizantes nitrogenados, o desenvolvimento da produção interna de amônia, a partir do fomento do mercado de hidrogênio de baixo carbono, pode ser uma oportunidade de o país gerenciar a balança comercial da commodity, e para alinhar-se com as metas do Plano Nacional de Fertilizantes 2050.

Um acordo de dois anos entre Vale e Petrobras, que contempla o desenvolvimento de projetos de baixo carbono, elencou a amônia como uma alternativa para as atividades logísticas. A companhia de mineração tem uma frota marítima robusta, e desde 2021, junto a outros agentes, estuda a possibilidade de incorporar amônia verde como combustível marítimo.

Capacidade de geração de energia 

Segundo o levantamento da CNI, o projeto com maior capacidade de eletrólise ficará localizado no Porto de Parnaíba, com 10 GW de potência. Essa energia seria suficiente para abastecer cerca de 15 milhões de pessoas – número superior à quantidade de habitantes da cidade de São Paulo.

Quando se olha para os estados, no entanto, o Ceará é que o tem a maior capacidade instalada com cerca de 15,9 GW, enquanto o Piauí possui 15,6 GW. O terceiro estado brasileiro com maior capacidade de eletrólise é o Rio de Janeiro, com 2,1 GW.

Demanda mundial

Atualmente, existem 87 países com pelo menos um projeto de produção de hidrogênio de baixo carbono. Os 10 primeiros países representam 3/5 do total de projetos: Alemanha (198), Estados Unidos (164), Austrália (147), Espanha (143), França (126), Grã-Bretanha (111), Holanda (89), China (81), Índia (79) e Dinamarca (61).

Ao analisar a evolução histórica da base de dados da IEA entre 2021 e2023, pode-se apontar uma aceleração no aumento de novos projetos de produção de hidrogênio por ano. Em todo o período, a Alemanha foi o país com mais iniciativas, seguida de Espanha e Estados Unidos em 2021, de Austrália e Estados Unidos em 2022, e de Estados Unidos e Austrália em 2023. Isso evidencia o comprometimento desses países nos esforços de políticas públicas para produção de hidrogênio de baixo carbono.

A base de dados da IEA mostra que, nesses três anos, o setor de mobilidade se destacou como o principal consumidor dessa fonte de energia. Geração elétrica, uso industrial e produção de amônia se revezarem entre os segmentos que, atrás da geração elétrica, mais demandaram hidrogênio em seus processos produtivos. 

Para além da exportação

Embora os projetos anunciados tenham como objetivo a exportação, a produção de hidrogênio de baixo carbono de forma descentralizada no Brasil, usando energia da rede ou a geração distribuída, é o caminho mais viável para iniciar o desenvolvimento da indústria no país. Isso porque:

A produção no local de consumo evita custos com o transporte do hidrogênio; 

A energia elétrica da rede no Brasil é basicamente descarbonizada. Atingiu o nível de 92% de fontes renováveis em 2022;

As economias de escala na produção de hidrogênio verde ainda são modestas, uma vez que os eletrolisadores disponíveis comercialmente ainda estão limitados a 20 MW de potência;

Ao produzir localmente o hidrogênio, as empresas podem aproveitá-lo não apenas para substituir combustíveis fósseis, mas também o oxigênio produzido para melhorar a qualidade da combustão de gás e do próprio hidrogênio em fornos, aquecedores e secadores.

A autoprodução do hidrogênio evita a sua comercialização e impostos associados à venda.

Para a CNI, esses projetos podem se materializar mais rapidamente em função da menor escala de produção e de complexidade comercial.

Os estudantes montesclarenses Lucas Felipe Ruas Mendes, Kawany Fernandes Maia e Lívia Dias Costa, da escola estadual Simeão Ribeiro dos Santos, sagraram-se vencedores da etapa estadual do concurso de redação com o tema: “Pau Brasil, espécie em extinção”, realizado pelo Lions Internacional. Lucas foi o primeiro lugar na categoria ensino fundamental, enquanto na categoria ensino médio Kawany Fernandes Maia ficou em segundo lugar e Lívia Dias Costa, em terceiro lugar. Eles receberam a premiação na sede do Lions Clube Sertanejo em Montes Claros.

Catarina Durães Caldeira, assistente da Assessoria do Meio Ambiente do Distrito LC-4 de Minas Gerais salienta que inspirada no projeto “Pau Brasil, Conhecer e Plantar”, com o apoio da coordenadora distrital Madalena Martins, há três anos vem promovendo o Concurso de Redação.  O Pau Brasil é árvore nativa brasileira que faz parte da história do país, do bioma da Mata Atlântica e que protege o solo por centenas de anos, está na lista das árvores ameaçadas de extinção.

Esse concurso de redação foi criado com o intuito de incentivar o pensamento sócio- ambiental em toda comunidade escolar, sobretudo os jovens de escolas do ensino fundamental do sexto ao nono ano e ensino médio. Foi divulgado em diversas instituições de ensino em Minas Gerais, onde o Lions atua e tem unidade. Em Montes Claros, o Lions Clube Montes Claros Sertanejo, com apoio da assessoria de meio ambiente realizou esta divulgação em diversas escolas.

Os diretores e professores cumpriram a missão de educadores, motivando seus alunos, que, inspirados, produziram textos. Conforme regulamento, estes textos foram classificados e enviados para a segunda instância em Belo Horizonte. A Escola Estadual Simeão Ribeiro dos Santos foi contemplada com três alunos premiados. Na solenidade de premiação, no Lions Clube Sertanejo, o vereador e ambientalista Soter Magno, que é associado do clube, fez uma palestra abordando o pau Brasil, onde alertou que na época da colonização brasileira, esta madeira foi muito explorada em solo brasileiro e usado na construção de muitos palácios na Europa.

Ele destacou que o Lions ao promover este concurso que despertar e chamar a atenção para a conservação da natureza, pois o processo de degradação está muito avançado colocando em risco as futuras gerações. Os alunos premiados receberam troféu e o “Diploma de Reconhecimento Público” pela participação no concurso, e ainda receberam mudas de “Pau Brasil” que serão plantados na sede da escola onde estudam.