Duas iniciativas apoiadas pela Agência de Desenvolvimento do Norte de Minas (Adenor) estão promovendo a revitalização de nascentes e ações de educação ambiental nas bacias hidrográficas dos rios Verde Grande e Riachão, provocando verdadeiras transformações nas práticas de sustentabilidade regional. Com foco na sustentabilidade hídrica, os projetos têm parceria do Ministério Público de Minas Gerais, do Instituto de Ciências Agrárias do Norte de Minas (ICA/UFMG) e do Banco do Nordeste do Brasil (BNB).
“Nós abraçamos projetos que estejam em conformidade com a nossa missão, que é contribuir para a aceleração do desenvolvimento econômico sustentável do Norte de Minas, como é o caso destas ações. Para todos nós, as decisões presentes, através de intervenções e ações, para garantir os recursos para as gerações futuras é o grande entendimento da sustentabilidade”, explica o presidente da Adenor, Pávilo Miranda.
Verde Grande
O projeto mais extenso foi batizado de “Ações Socioambientais na Bacia Hidrográfica do Rio Verde Grande”, realizado com recursos do Fundo de Desenvolvimento Econômico, Científico, Tecnológico e de Inovação (Fundeci/BNB). A proposta é diagnosticar e promover ações de revitalização ambiental na bacia hidrográfica do Verde Grande, nos limites definidos entre os municípios de Montes Claros e Janaúba, com foco na sustentabilidade hídrica.
O professor Flávio Pimenta de Figueiredo, pesquisador do projeto e docente do Instituto de Ciências Agrárias da UFMG, explica que desde 2023 são realizadas ações mitigadoras, como construção de barraginhas, de contenção de água de chuva, terraço, cercamento e implementação de barragens subterrâneas. Junto ao diagnóstico do grau de degradação das nascentes e revitalização, ribeirinhos e produtores rurais são capacitados para ajudar na conservação do rio.
“Os objetivos das ações são de recuperação do que, em poucos anos, deixamos perder, que é o nosso meio ambiente equilibrado. O principal elo de vida e de ligação, entre outras atividades, é a água. Então, a sua recuperação e preservação é extremamente importante. Este é um rio de importância socioeconômico e cultural, porque abrange uma área produtiva com o desenvolvimento da agricultura e pecuária. Ao longo do trecho do rio, notamos impactos ambientais promovidos por falta de conhecimento e falta de interesse, que pode colocar em xeque a vida do Verde Grande”, explica o pesquisador.
Educação ambiental no Riachão
A requalificação ambiental na bacia do Riachão, que fica em Montes Claros e contribui com aproximadamente 40% do abastecimento da água utilizada na cidade, tem foco no manejo e conservação do solo e água, desassoreamento dos trechos determinados pelos cursos d’água e capacitação dos moradores ribeirinhos. A ação também conta com parceria do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) e atua com recursos do Ministério Público.
“As ações visam, principalmente, o aumento da infiltração de água no solo, permitindo a permanência da perenidade no rio. Estamos implementando, além de barragens de contenção de água de chuva e terraços, também barragens subterrâneas, para a revitalização das veredas, estruturas extremamente importantes para guardar nossa água”, pontua o professor Flávio Pimenta.
Em prol do desenvolvimento sustentável
As duas ações somam aos diversos esforços que a Adenor vem desenvolvendo desde a sua criação, colocando em prática os padrões de boas práticas ESG (da sigla em inglês que se refere à junção dos pilares meio ambiente, social e governança).
A agência de desenvolvimento, criada em 2009, vem atuando em diversas frentes de trabalho.
“Vários grandes projetos nasceram da Adenor, como a questão da energia fotovoltaica, ainda em 2009, através de um potencial que foi identificado ao longo de seminários e debates junto à Cemig. E estamos ainda na luta por outros grandes projetos, como a questão da região metropolitana de Montes Claros, a construção de um aeroporto industrial em torno aqui do Norte de Minas, para escoar a produção agrícola perecível, como é o caso da fruticultura. Este tem sido o nosso posicionamento, buscando alternativas para promover, mais uma vez, o desenvolvimento econômico e sustentável da nossa região”, finaliza o presidente da Adenor, Pávilo Miranda.
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