Os professores da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) devem entrar em greve a partir de amanhã, dia 8. Eles realizarão assembleia para oficializar a medida. Por enquanto estão no “estado de greve”. O epicentro da insatisfação dos docentes está no não cumprimento do acordo firmado com o governo do Estado – e legitimado na Justiça -, que pôs fim a uma longa paralisação, ocorrida em 2016. Basicamente, o acordo prevê a implementação do novo plano de carreira, as incorporações das gratificações (GDI e GDPE) ao salário-base e o pagamento dos adicionais de Dedicação Exclusiva (DE).
O vice-presidente da Associação dos Docentes da Unimontes (Adunimontes), Wesley Helker Felício Silva disse que a mobilização demonstra o grau de insatisfação dos professores, vítimas da precariedade do salário, desvalorizado em 43,2%.Segundo ele, o prejuízo vem sendo acumulado desde 2012, quando houve o último reajuste salarial para a categoria. No dia 11 de fevereiro Adunimontes e Associação dos Docentes da Universidade do Estado de Minas Gerais (Aduemg) se reuniram com a secretária de Planejamento e Gestão, Luísa Cardoso Barreto, e com gestores das duas universidades, na tentativa, sem êxito, de viabilizar as incorporações – um dos pleitos do acordo judicial.
No ano passado a Adunimontes já havia se reunido com a Reitoria, buscando uma interlocução da universidade com o governador Romeu Zema (NOVO). A iniciativa também se mostrou infrutífera. “Hoje, acreditamos que a mobilização é a principal forma de o governo dialogar com a categoria”, acredita Wesley Silva. A presidente da Adunimontes, Penha Brandim, disse que, além da negativa do governo, a categoria ainda foi surpreendida, via Instagram, com a informação de uma reunião entre a Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag) e Reitoria da Unimontes, sem a participação da entidade.
“Isso nos causou estranheza e indignação, pois na reunião do dia 2 de fevereiro ficou acordada uma nova discussão após a realização de uma auditoria na folha da Unimontes, a fim de comprovarmos a possibilidade de pagamento imediato das 45 DE`s aprovadas em 2016 e que estão travadas na Seplag”, informou Penha. A entidade pediu novo encontro com a Seplag, mas ainda não obteve resposta. Paralelamente, aguarda a votação do projeto de lei 3283/21, apresentado na Assembleia Legislativa por um grupo de deputados sensível a causa dos professores, e requerimento de urgência, que pretende autorizar as incorporações das gratificações. “Esperamos que nossos deputados estejam ao lado dos professores e não contra eles”, diz Penha Bradim.
Segundo ela, a decisão pela greveocorre pelo descumprimento da decisão judicial a favor dos docentes da Unimontes e pela “absurda intenção de conceder 10% de reajuste linear a todos os servidores, atrelado à adesão ao nefasto Regime de Recuperação Fiscal, que congelará salários e benefícios por 9 anos, entre outras restrições, além de entregar a administração do estado a um Conselho Gestor”. (GA)
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