GIRLENO ALENCAR
Milhares de fieis católicos participaram da tradicional procissão de São Judas Tadeu, realizada sexta-feira, quando se comemorou o dia do padroeiro. A saída ocorreu as 18h25 do estacionamento da Prefeitura, e depois subiu a avenida João Luiz de Almeida e depois a avenida São Judas Tadeu. A MCTrans fechou todo trajeto, a procissão ocorreu de forma presencial depois de dois anos das atividades suspensas por conta da pandemia da Covid-19. O ato foi presidido pelo padre Brígido Lima. A procissão demorou uma hora com muitos fieis que trajavam roupas nas cores das vestimentas do santo para pagar promessa. Os homens carregavam o andor com a imagem do santo e as mulheres seguravam suas fitas.
Neste domingo foi celebrado o Dia Nacional da Juventude, carinhosamente apelidado de DNJ. Esse dia é dedicado às juventudes, não para que entendam que são o futuro da Igreja, mas que devem ser seu presente, assumindo a missão de mantê-la sempre jovem. Por isso, foi escolhido como tema ‘O verbo se fez carne (Jo 1,14)’.
A mística do Deus que vem ao encontro da humanidade é, ao lado da morte e ressurreição, um dos pilares da novidade cristã. Esse evento da encarnação tem sido fonte de reflexões de grandes nomes da Igreja. Santo Irineu, um bispo que viveu no século II, disse com acerto que o Filho e o Espírito Santo constituem as duas mãos pelas quais o Pai nos toca, os braços com os quais Ele nos abraça e nos modela cada vez mais à sua imagem e semelhança.
O evento da encarnação se mostra, assim, o início de um abraço que se prolonga na História, mesmo para além da morte, ressurreição e ascensão de Jesus. Isso porque, como nos ensina a Igreja nos parágrafos iniciais da constituição conciliar Luz dos Povos (LG), nós somos povo de Deus (Pai), corpo de Cristo, e templos do Espírito Santo (LG 2-4.7). Assim, em nossa realidade histórica, em que se misturam fragilidades e Graça durante a caminhada rumo à plenitude (LG 8.17), cada batizado prolonga esse toque e abraço sonhado pelo Pai.
No tocante a isso, as palavras do poema cuja autoria é atribuída à Santa Teresa d’Ávila ganham, agora, um peso e concretude para nossos dias. Assim reza: Cristo não tem atualmente sobre a terra nenhum outro corpo senão o teu. Não tem outras mãos senão as tuas. Não tem outros pés senão os teus. Tu és os olhos com os quais a compaixão de Cristo deve olhar o mundo. Tu és os pés com os quais Ele deve ir fazendo o bem. Tu és as mãos com os quais Ele deve abençoar os homens de hoje.
Poderíamos nos perguntar para onde o Senhor nos chama a ser esse prolongamento histórico de sua presença. Talvez o próprio texto bíblico do mês missionário nos dê uma pista: não há fronteiras. A missão não conhece limites de língua, credo ou etnia. O abraço amoroso do Pai quer alcançar a todos, e transformar todas as estruturas. Sabiamente, o Papa Francisco diz que o Senhor nos convida a levar, sem medo e em toda oportunidade, o anúncio da Boa Notícia. Nos estudos, nos esportes, no trabalho, nas saídas com amigos, num voluntariado ou mesmo enquanto caminha de volta para casa. Cada momento e lugar é um chamado para partilhar a alegria do Evangelho.
O Senhor da História quer se fazer presente nela, prolongando seu amor em abraço, e precisa de nós para fazê-lo. Todos são chamados a testemunhar este abraço acolhedor, mas são, sobretudo, os jovens os que devem primeirear nessa missão. As palavras do Santo Padre na encíclica Cristo vive bem concluem esse texto: é assim que o Senhor se vai aproximando de todos; e pensou em vós, jovens, como seus instrumentos para irradiar luz e esperança, porque quer contar com a vossa coragem, frescor e entusiasmo (ChV 177). Sejamos, pois, a carne desse abraço de Deus em toda a criação.
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