Ao mesmo tempo em que a expectativas pelas chuvas na região aumentam entre os moradores de Pirapora, cresce também a preocupação e a angústia com mais possibilidades de falta de energia na região, especialmente para a população do bairro Sagrada Família. No último sábado (21/10), mais uma vez, após uma rápida chuva e sequência de ventos, houve a interrupção no fornecimento de luz, por mais de cinco horas, em todas as vias, moradias e estabelecimentos comerciais desta parte da cidade, o que gerou revolta e indignação de milhares de famílias, novamente.
De acordo com a Associação dos Moradores do Sagrada Família, o período chuvoso tem representado mais preocupação que alívio para os residentes do bairro, já que em quase todos os episódios de chuvas, esta localidade ficou sem o fornecimento de energia e, em alguns casos, por quase 10 horas. A revolta é representada pelos inúmeros relatos de prejuízos com medicamentos e produtos perecíveis, que se perderam pela falta de funcionamento de geladeiras e freezers, além dos casos de famílias com bebês e idosos que precisam de cuidados mais especiais.
O bairro que também é uma referência turística, por ser o endereço de várias pousadas e clubes campestres à beira do Rio São Francisco, registra prejuízos ainda maiores, quando o assunto é a falta de garantia de conforto e comodidade para os hóspedes e turistas, que procuram esses estabelecimentos. Segundo a entidade representativa dos moradores, os empresários e empreendedores que atuam no segmento, alegam que o histórico de quedas de energia no bairro impacta diretamente na procura por hospedagens e serviços de lazer ofertados. Associado a isso, tornou-se comum nas pousadas os hóspedes cancelarem as diárias ou serem forçados a irem embora mais cedo, quando acontecem as repentinas interrupções de energia.
Mesmo usando os canais indicados pela CEMIG, para registrar e questionar tantos transtornos, os moradores já estão desacreditados de uma atuação mais eficiente da concessionária, classificando a situação como descaso e falta de respeito com os consumidores, conforme apuração feita pela associação. Desde o ano passado, várias denúncias foram enviadas para a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), que regula o setor no Brasil, questionando a falta de planejamento na manutenção das redes, a ausência de um sistema especial de proteção, a insuficiência de manutenção e de substituição de equipamentos ultrapassados e até mesmo a falta de poda preventiva em regiões de maior risco.
