Questionamentos acerca do papel da Cemig no desenvolvimento econômico do Estado e ponderações sobre a privatização da empresa, como pretende o governo, foram pontos destacados por vários deputados na última segunda-feira (30), último dia de reuniões da Assembleia Fiscaliza 2020.
Desta vez os deputados sabatinaram na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) o secretário adjunto da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede), Fernando de Avelar. Ele fez uma apresentação das ações da pasta ao longo do ano e foi cobrado acerca de maior apoio a investimentos em fontes de energia limpa e de maior disponibilidade de linhas de financiamento pelo Banco de Desenvolvimento do Estado de Minas Gerais (BDMG).
O cumprimento do mínimo constitucional para investimentos em pesquisa e explicações sobre distribuições de lucro a acionistas da Copasa também foram pontos levantados na reunião conjunta, conduzida pelo presidente da Comissão de Minas e Energia, deputado Repórter Rafael Martins (PSD).
Também participaram as comissões de Assuntos Municipais e Regionalização, de Educação, Ciência e Tecnologia, de Desenvolvimento Econômico e ainda a Comissão Extraordinária das Energias Renováveis e dos Recursos Hídricos. Deputados querem que empresa seja modernizada. As colocações quanto à atuação da Cemig foram ponto em comum das intervenções feitas pelos deputados Gil Pereira (PSB), Antônio Carlos Arantes (PSDFB), e Carlos Pimenta (PDT).
Para os deputados, a Cemig tem sido empecilho ao desenvolvimento do Estado, especialmente do Norte de Minas. Para Gil Pereira, o Estado avançou em vários pontos em prol do desenvolvimento da economia, mas a Cemig não estaria dando vazão à geração e distribuição de energia a empreendimentos já instalados ou em instalação no Estado, e que dependeriam da energia da empresa.
Citou como exemplos projetos nos municípios de Bocaiuva e Januária. “O Norte de Minas vem sendo prejudicado mais uma vez, com dezenas de plantas paradas, algumas há seis meses”, o criticou. “Se não der para privatizar logo a Cemig, que é um processo demorado, que se pense então em algum modelo de gestão até lá, ou numa ‘parceria público privada’”, defendeu Gil Pereira.
Antônio Carlos Arantes também disse que via com preocupação as limitações da Cemig apontadas pelo colega, mas em contrapartida pontuou que Minas tem se destacado no setor de energia solar. Ele também elogiou a desburocratização para empreendimentos em Minas, conforme exposto pelo representante da Sede, bem como a atuação do BDMG.
O banco, segundo Antônio Carlos Arantes, tem praticado uma política voltada para os pequenos empreendedores, facilitando a captação de financiamentos pela internet e sem a imposição de venda casada com outros produtos, o que segundo o parlamentar costuma ser feita por outros bancos.
Já o deputado Carlos Pimenta (PDT) considerou que o banco do Estado “ainda é uma caixa preta inexplorável” e defendeu que ele esteja mais disponível aos empreendedores. Quanto à Cemig, se referiu à empresa como “enferrujada e presa a um modelo dos anos 60, focado em hidrelétricas”. Segundo ainda disse o deputado, a Cemig seria o primeiro obstáculo à implementação de projetos de geração de energia limpa, vindo na sequência a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Semad), que segundo Carlos Pimenta “demora anos para liberar projetos”.
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