VINÍCIOS SANTOS

Desde o início da pandemia provocada pelo novo coronavírus, a indústria e o comércio sofreram bastante e tiveram que se adaptar. Nessa terça-feira (8), o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Flávio Roscoe, juntamente com o vice-presidente da Fiemg Regional Norte, Adauto Marques Batista, concederam entrevista coletiva sobre o atual cenário do Norte de Minas, e, também, fizeram uma projeção para os próximos meses.

Segundo Flávio Roscoe: “o cenário, durante a fase crítica da pandemia, foi muito difícil. Várias indústrias paralisando produção, seus clientes fechados, fechado o varejo. Mas – em função das medidas tomadas pelo governo federal e também pelo governo estadual – que declararam a indústria como setor essencial, várias delas retomaram os trabalhos. Isso foi muito importante para a sociedade, porque as pessoas continuaram recebendo em suas casas os produtos básicos, tais como água, energia, combustível, assim como muitos alimentos que são produtos industrializados. Tudo que você vai ao supermercado para adquirir, são produtos industrializados, e, de fato, sem os quais as pessoas não viveriam normalmente”.

O presidente acrescentou: “com as medidas de estímulo econômico, boa parte da indústria e do comércio foram retomando, muito comércio digital foi reativado, e já vemos um cenário completamente diferente daquele cenário inicial da pandemia, com as empresas recuperando bem as suas atividades. Por tudo isso, nós projetamos um quarto trimestre com possibilidade real de crescimento para ainda para este ano”.

Roscoe, em discurso, destacou um benefício advindo do comércio digital. “Com o aumento das compras digitais e on-line, muita indústria passou a ter acesso direto ao consumidor, reduzindo preço para a entrega final, uma vez que foram retirados alguns intermediários da cadeia, e, assim, a indústria passou a ter uma percepção de mercado diferenciada, um feedback praticamente imediato a respeito do produto entregue. Isso ajuda a estas empresas no sentido de assertividade, no que se refere ao lançamento de produtos”.

Tanto o presidente, quanto Adauto Marques ressaltaram medidas tomadas pela Fiemg na luta contra a pandemia e para auxílio de uma retomada responsável do comércio. Eles destacaram a doação de 100 respiradores para o Norte de Minas e, ainda, doação de leitos completos também, principalmente para cidades do interior. O objetivo é que os pacientes sejam tratados em suas cidades de origem e não sobrecarreguem as cidades maiores. Com relação à retomada da economia, Marques destacou: “nós temos muita preocupação para que sejam alongadas as dívidas e os financiamentos das empresas, principalmente as micro e pequenas empresas, que receberam algum auxílio, através do governo federal, e que a partir de janeiro de 2021 terão que pagar. Sabemos que nem todas se encontram 100% recuperadas, então se faz necessário que nos mobilizemos para que os bancos – que muitas vezes foram socorridos – socorram agora as empresas, sobretudo as micro, pequenas e médias empresas, que representam aproximadamente 55% dos empregos formais deste país”, finalizou.