“Na região chove em média 1000 mm por ano, mas não temos a cultura de segurar essa água; [nós] precisamos de políticas públicas mais perenes”, pontuou o vice-prefeito, Guilherme Guimarães
A Defesa Civil do Estado de Minas Gerais, em parceria com a Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene (Amams), promoveu o “Seminário Estadual de Convivência com a Seca 2023”. O evento, realizado no auditório da sede da Amams, em Montes Claros, reuniu gestores e coordenadores da Defesa Civil de municípios afetados pela seca e estiagem prolongada das regiões Norte, Noroeste e Central de Minas, além dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri.
O seminário foi conduzido pelo chefe do Gabinete Militar do Governo de Minas, Coronel Carlos Frederico Otoni Garcia, e também contou com a participação do Tenente-Coronel Carlos Eduardo Lopes, coordenador-adjunto da Defesa Civil do Estado. Participaram do encontro representantes da Coordenadoria Estadual da Defesa Civil (Cedec-MG), Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM), Programa Água Doce, Instituto Estadual de Florestas (IEF), Instituto de Desenvolvimento do Norte e Nordeste de Minas (IDENE) e Secretaria Estadual de Saúde.
O objetivo do seminário foi integrar as ações do Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil – SINPDEC, e incentivar o planejamento e preparação para mitigar o sofrimento da população afetada pelos impactos da seca.
Durante o seminário foi anunciada a entrega de cestas básicas, mediante alinhamento do governo do Estado com os municípios, para as famílias em situação de vulnerabilidade e fragilidade alimentar, além de água potável, através de caminhões-pipa. Também foi divulgado o projeto Água Doce, de implantação de estações de dessanilização. “Já foram instaladas 14 estações, e a previsão é de instalar 60 nessa primeira etapa. Estamos com o planejamento pronto para uma segunda etapa, que prevê a instalação de mais 30 estações, para entregar água potável às comunidades rurais”, explicou o coordenador-adjunto da Defesa Civil Estadual.
Representando o prefeito Humberto Souto, o vice-prefeito de Montes Claros, Guilherme Guimarães, destacou a importância da união de esforços e a necessidade de um projeto dos governos estadual e federal para garantir recursos hídricos para o Norte de Minas. “Primeiro, nós precisamos dessa emergência, porque não se cuidou. Na região chove em média 1000 mm por ano, mas não temos a cultura de segurar essa água. Segundo, precisamos de políticas públicas mais perenes”, pontuou.
Guilherme Guimarães ressalta que a região norte-mineira não recebe um grande investimento há mais de 30 anos. “O seminário é uma oportunidade importante, mas temos que olhar para frente. Precisamos ter uma política estratégica, efetiva, inteligente. A atenção que a gente pede do governo estadual e do governo federal é que tenham um projeto de garantia de recursos hídricos, com construção de médias e grandes barragens a médio e longo prazo, construção de barragens de infiltração e barragens subterrâneas, onde for possível”, avaliou.
O vice-prefeito explica que a Prefeitura de Montes Claros tem feito a sua parte, exigindo, desde 2017, a construção de reservatórios de amortecimento e reuso da água da chuva nos médios e grandes empreendimentos imobiliários, contribuindo para a utilização racional do líquido. “Água é fundamental para a vida e para o desenvolvimento econômico. As regiões mais pobres são aquelas que têm falta de água. E aqui nós temos muita água, só que concentrada. Então, os governos precisam se mobilizar pelo futuro do Norte de Minas. Só assim poderemos, efetivamente, superar essa situação, que não poderia mais ser emergencial”, concluiu.
Soter Magno, secretário municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, destacou que a Prefeitura de Montes Claros desenvolve ações o ano inteiro para minimizar os efeitos da estiagem prologada. “Além de barramentos e coleta de água da chuva, que beneficiam principalmente a agricultura familiar e pequenos produtores, também realizamos o replantio de árvores para revitalizar as nascentes, as matas ciliares e tudo aquilo que envolve a permeabilidade da água da chuva através das plantas”, destacou.
De acordo com o secretário, nos últimos dois anos a Prefeitura distribuiu mais de 15 mil mudas de árvores nativas, frutíferas e ornamentais. “Também foram plantadas, pela própria Secretaria de Meio Ambiente, mais de 10 mil mudas, exatamente para colaborar com a natureza”, completou. (Texto: Jerusia Arruda)
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