GIRLENO ALENCAR
Os prefeitos do Norte de Minas, reunidos na tarde dessa segunda-feira na Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene (Amams) decidiram suspender a realização de qualquer evento festivo no final de ano, além do Carnaval, em razão da pandemia do novo coronavírus. Eles gravaram uma mensagem a ser distribuída nas redes sociais avisando a população. O presidente José Nilson Bispo de Sá, prefeito de Padre Carvalho, explica que a cautela recomenda suspender os eventos e citou que no seu município já tinha feito licitação para os eventos festivos, mas decidiu suspender, pois acredita que essa nova variante tem um poder maior de transmissão. Os prefeitos avaliam que se estourar uma nova onda de casos notificados comprometerá o planejamento de qualquer administração. Além desse assunto, os prefeitos discutiram dois outros assuntos: a construção de 100 mil barraginhas em 2022, viabilizadas pelo vice-presidente general Hamilton Mourão e a entrega de 16 veículos para a Defesa Civil do Norte de Minas.
No caso da suspensão dos eventos, o prefeito de Ponto Chique e diretor da Amams, José Geraldo Alves de Almeida (o Zé Boy), explicou que no dia 30 de novembro os prefeitos das microrregiões de saúde de Coração de Jesus e Pirapora, se reuniram e deliberam pela suspensão de todos os eventos festivos, conscientes de que o risco de transmissão da doença é muito grande e por isso, fazia o apelo para esse mesmo posicionamento ser adotado por todos os municípios. “Se depois de uma festa, estourar casos de Covid-19, a responsabilidade será do prefeito, pois vão dizer que ele deixou de tomar as medidas necessárias. Caberá ao prefeito providenciar o atendimento a pessoa notificada”, explica Almeida. O prefeito de São João da Lagoa, Carlos Alberto Mota Dias, explica que seu município tem se destacado com a realização de Carnaval, usando o atrativo da lagoa. Decidiu aderir à iniciativa da microrregião de saúde e não fazer o evento. Ficou impressionado com a repercussão junto à população, pois quem pensava ser contra a ideia, o procurou parabenizando pela decisão.
O presidente da Amams, José Nilson Bispo de Sá explicou que existe necessidade dos prefeitos se unirem, pois os que estão no primeiro mandato estão querendo fazer a festa, preocupados com o impacto político e não adiante ele suspender os festejos se o município vizinho manter a programação. Por isso, a Amams fará o documento que será encaminhado a todos os prefeitos, o alertando sobre o risco de qualquer aglomeração de pessoas e perder o controle da disseminação da doença. Ele entende que cabe aos municípios apenas dar o suporte a qualquer evento festivo, quando for irregressível, mas sem envolver na sua realização.
BARRAGINHAS | O principal motivo da reunião foi discutir com os prefeitos como colocar em prática a decisão do Governo federal em liberar 1 milhão de barraginhas, para serem executada em 10 anos. Isso dá 100 mil barraginhas por ano e em média de 1.000 a 1.200 por município. O presidente José Nilson Bispo lembra que a Amams pediu ao Grão-Mestre Geral do Brasil, Mucio Andrade a ajuda para viabilizar esse pedido. Este, acionou o vice-presidente General Hamilton Mourão, que é da Maçonaria e esse acionou o Ministério do Desenvolvimento Regional e a Codevasf que pediram a indicação de cada localidade onde será construída essa barraginha. O curioso é que na hora das discussões, uma forte chuva foi registrada na sede da Amams.
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