Viralizou na internet vídeo da nutricionista Késsia Ribeiro (Avante), pré-candidata a prefeita do município de Francisco Sá, região norte do estado, conclamando a população e a classe política a não utilizarem fogos de artifício em respeito às crianças autistas e aos animais.
O vídeo tem sido repostado por mães de autistas e por militantes da causa animal, uma vez que essa seria uma pauta já defendida por diversas ongs Brasil a fora.
Para a dona de casa, Jussara Barbosa de Abreu, mãe de Enzo Miguel, de 5 anos, a iniciativa da pré-candidata Késsia veio em boa hora. Jussara conta que descobriu o autismo do filho ainda nos primeiros anos de vida e desde então vive uma maratona diária nas terapias necessárias para uma melhor qualidade de vida do filho.
“Meu filho fica desesperado com o barulho dos fogos. Nesse período de política, nosso sofrimento é ainda maior, por isso quando vi o vídeo da Késsia eu amei, curti, comentei e marquei outras mães de autistas. Já era hora de alguém da política levantar essa pauta”, comentou comemorou Jussara.
O Saxofonista Isaque Emanuel, pré-candidato a vereador em Montes Claros pelo Solidariedade, atualmente com 37 anos, conta que descobriu que é autista aos 35. “Sou nível 1 de suporte de autismo. Comentei o post da Késsia assim que ela publicou. A Késsia é um ser humano lindo. A iniciativa dela foi muito importante, inclusive é uma bandeira defendida por mim e algo que vou implantar na minha campanha. Em minhas carreatas não soltaremos fogos de artifício”, comentou o músico.
Nossa equipe entrou em contato com a Fisioterapeuta Infantil especialista no tratamento de autistas, Dra. Carline Nogueira, que também é mãe de criança com TEA, para entender os impactos dos fogos de artifício na vida dessas crianças. Segundo a profissional, de acordo com estudos científicos, mais de 85 % das pessoas autistas apresentam desordem do processamento sensorial.
“Pessoas autistas podem apresentar um perfil de hipersensibilidade ao sistema auditivo, ou seja, se incomodam com barulhos altos ou inesperados. Essa é a relação com os fogos de artifício”, explicou Carline.
Ainda segundo a fisioterapeuta, não é frescura, como muitos podem pensar. “Pessoas autistas têm dificuldades de processar os estímulos do meio ambiente e por isso podem ter comportamentos impulsivos e inesperados devido a essa dificuldade. O barulho do foguete, além de gerar um alto incômodo na hora, pode desencadear uma crise (meltdown que é uma explosão de emoções externas, uma crise visível e explosiva ou um shutdown que é um “desligamento” interno, resultando em uma capacidade limitada ou nula de comunicação). “Neste caso, as crises surgem desses estímulos intensos (fogos) que aumentam a ansiedade”, concluiu.
Entramos em contato com a nutricionista Késsia Ribeiro para conhecer as motivações para defender a bandeira e ela nos contou que atuou mais recentemente como Secretária de Educação, podendo conhecer melhor e mais de perto a realidade das crianças autistas, que sofrem com o barulho dos fogos. “Precisamos nos colocar sempre no lugar do outro. Eu sou apaixonada por crianças e animais, defendo a vida e a qualidade dela para todos. É possível fazer uma campanha bonita, com propostas e sem fazer nossas crianças e animais sofrerem”, pontuou a pré-candidata. (Gerais News)
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