Na quarta-feira (20), a Polícia Civil apresentou os resultados da Operação Desmanche, realizada na última terça-feira (19), em Montes Claros, no Norte de Minas. Foram cumpridos dois mandados de prisão preventiva e três de busca e apreensão. As investigações apuram esquema criminoso de receptação, adulteração de sinais identificadores de automotores e venda ilegal de veículos e de peças automotivas.
O trabalho investigativo começou em 2018, quando foram apreendidos caminhões produtos de furto e roubo em poder dos suspeitos. A Delegada Thalita Caldeira explicou, em matéria divulgada pela Polícia Civil, que os homens presos, de 31 e 39, conforme apontam as investigações, são suspeitos de encomendar a receptação de caminhões furtados e roubados nas diversas regiões de Minas Gerais e em outros estados.
“Eles adulteram os sinais identificadores, desmancham e comercializam veículos e peças de origem criminosa. Ambos possuem extensa ficha criminal por práticas de crimes dessa natureza e são integrantes do maior bando em atuação nessa modalidade de crime no Norte de Minas Gerais. Os suspeitos receptam veículos oriundos de diversas partes do país”, afirma.
Durante cumprimento de buscas no sítio de um dos suspeitos, foram apreendidas pelos policiais civis duas armas de fogo e munições. Nos galpões e oficinas usados por eles, a PCMG encontrou três caminhões com sinais identificadores adulterados e chassis implantados, além de um caminhão sem nenhuma identificação.
A delegada explica que os veículos localizados são provenientes de crimes praticados pelo grupo. Um dos caminhões, já identificado, foi furtado em Patos de Minas, Alto Paranaíba, em novembro de 2020. Além disso, foram apreendidas telas de aço soldadas nervuradas. A carga, reconhecida pela vítima, estava em um caminhão furtado em Paracatu, Noroeste de Minas, em dezembro de 2020. O material será restituído ao proprietário.
Os investigadores ainda arrecadaram vários chassis, placas de veículos, inclusive placas virgens (sem nenhuma numeração), tacógrafos, plaquetas e documentos de veículos diversos, telefones, cheques e R$ 1,2 mil em dinheiro. Na residência de um deles, foram apreendidos dois veículos que estavam em nome de terceiros, pessoas desconhecidas dos suspeitos detidos hoje.
Os presos são investigados em diversos inquéritos policiais, que tramitam em diferentes delegacias em Montes Claros. A Folha de Antecedentes Criminais do suspeito de 39 anos possui mais de 50 folhas. E o outro também possui antecedentes.
Há fortes indícios de que, de dezembro de 2020 até hoje, o grupo possa ter furtado, receptado e desmanchado pelos menos seis caminhões originários de distintas cidades de Minas Gerais. As investigações apontam que vários veículos desse tipo furtados foram encaminhados para Montes Claros nos últimos meses. “Esses veículos eram ‘encomendados’ pelos suspeitos”, esclarece Thalita.
A PCMG acredita que o golpe gerou aos suspeitos lucro superior a R$ 1 milhão. Com as peças que vendiam, os suspeitos compravam carros, casas e sítios, ostentando uma vida luxuosa em Montes Claros. A Polícia Civil apreendeu os veículos e solicitou o bloqueio judicial dos imóveis adquiridos com valores ilícitos.
O caseiro do sítio onde foi cumprido um dos mandados de busca e apreensão possuía mandado de prisão em aberto por prática de roubo e também foi preso na operação. Os três foram encaminhados ao sistema prisional e se encontram à disposição da justiça.
O caseiro do sítio onde foi cumprido um dos mandados de busca e apreensão possuía mandado de prisão em aberto por prática de roubo e também foi preso na operação. Os três foram encaminhados ao sistema prisional e se encontram à disposição da justiça.
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