Na quinta-feira (8), a Polícia Federal realizou a segunda fase da operação Glyphosat de combate a fraudes na liberação de financiamentos do Programa de Agricultura de Baixo Carbono (ABC). Foram cumpridos 13 mandados de sequestro de bens e valores, oito de busca e apreensão e dez determinações de intimação. As ações foram nos municípios de Montes Claros, Ipatinga e em Brasília (DF). A primeira fase da operação foi realizada no mês de novembro e na época, a Polícia Federal informou que as fraudes aconteciam no Norte de Minas, a maioria em Montes Claros.
A PF informou: “a partir da ocorrência de possíveis fraudes na liberação de financiamentos do programa de Agricultura de Baixo Carbono – ABC, a qual é custeada com recursos federais com taxa de juros subsidiada, iniciaram-se investigações as quais revelaram que, com anuência de gerentes do Banco do Brasil, foram liberados cerca de R$ 200 milhões em empréstimos do citado programa para um grupo de empresários, profissionais liberais e servidores públicos”.
Segundo a Polícia Federal, os investigados “captavam valores que deviam ser direcionados para a plantação de eucalipto e, contrariando as regras do financiamento e a vedação legal, desviavam o recurso aplicando em outros investimentos e bens, inclusive utilizando de pessoas interpostas para ocultar a origem do dinheiro”. Além dos crimes contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro, os alvos também são investigados por falsificação de documento e inserção de dados falsos em sistemas de informações.
A primeira fase da operação Glyphosat foi realizada no dia 17 de novembro e resultou na prisão e afastamento do exercício da função pública de um policial federal, lotado na delegacia de Montes Claros. A polícia não deu detalhes sobre como o servidor agia na fraude.
Além desse mandado de prisão, foram cumpridos 38 mandados judiciais de sequestro de bens e valores, 35 determinações de intimação e indiciamento e 13 mandados de busca e apreensão. Os mandados de busca foram cumpridos nos municípios de Montes Claros, Uberaba, Virgem da Lapa, Belo Horizonte e em Caldas Novas (GO).
O delegado Gilvan de Paula detalhou como o dinheiro desviado era utilizado. “Esse dinheiro que foi adquirido com a finalidade de ser empregado na produção de eucalipto foi desviado para aquisição de bens, quitação de imóveis, aquisição de planos de capitalização e de previdência privada”.
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