Os movimentos sociais de Montes Claros abriram na quarta-feira (15) uma mobilização para pedir a instalação de um busto em homenagem a Joaquim Nagô, onde ele foi enforcado em 1836. A proposta é que este busto seja instalado no local onde ele foi enforcado. O pedido foi direcionado à Coordenadoria da Igualdade Racial e do Conselho Municipal da Igualdade Racial de Montes Claros.

Na petição é explicado que Joaquim Nagô, também conhecido como Joaquim Africano, foi um jovem escravo natural de Nagô, África. Sua história é marcada por uma injusta condenação à forca, ocorrida em 26 de março de 1836, nas cercanias do atual Café Galo, sob a acusação infundada de assassinar Joaquim Antunes Ferreira (ou d’Oliveira). Sua negação sistemática da autoria do crime, somada ao desenrolar dos acontecimentos durante a execução, evidenciam a tragédia e a arbitrariedade que marcaram essa página da história local.

Mesmo após a abolição da pena de morte, o patíbulo que testemunhou a tragédia foi desmembrado e seus vestígios, originalmente enterrados na rua Governador Valadares, foram posteriormente recolhidos pela Prefeitura, sob a gestão do prefeito Antônio Teixeira de Carvalho, visando integrar o futuro Museu Municipal de Montes Claros. A proposta é a instalação de um busto em homenagem a Joaquim Nagô no endereço rua Simeão Ribeiro, (em frente ao número 122) Centro, como uma forma de reparação simbólica e reconhecimento de sua contribuição histórica e cultural. a iniciativa visa não apenas resgatar a memória de Joaquim Nagô, mas também destacar a importância da luta contra a discriminação racial em nossa sociedade.  Na terça-feira, a Associação dos Moradores do Bairro Maracanã, realizou uma palestra com José Gomes Filho, da Coordenadoria da Igualdade Racial, como parte dos debates do Mês da Consciência Negra. O tema foi ‘Dia Municipal Joaquim Nagô de Combate à Discriminação Racial’. (GA)