Na tentativa de ampliar o entendimento sobre os impactos socioeconômicos causados pela pandemia da Covid-19, a Sudene realizará uma pesquisa com representantes dos 11 estados que compõem a área de atuação da autarquia, incluindo o Norte de Minas. A instituição vai conduzir entrevistas entre os meses de janeiro e fevereiro para coletar dados sobre a atual situação do setor produtivo da região e o impacto social causado pelo acometimento à saúde pública. As informações serão utilizadas para entender quais serão as perspectivas, demandas e desafios a serem enfrentados pela região, orientando as ações da superintendência no enfrentamento da crise. Os resultados da pesquisa devem ser apresentados em abril.
“Com base nessas informações, será possível direcionar políticas públicas e nortear a utilização do FNE e do FDNE, uma vez que a pesquisa abordará os setores mais sensíveis a recebimento de investimentos públicos e que tenham um maior dinamismo em sua recuperação”, explicou o superintendente da Sudene, Evaldo Cruz Neto. Devido à necessidade de distanciamento social, todas as entrevistas serão realizadas remotamente. Serão quatro os grupos de interesse da pesquisa: entes governamentais e associações municipalistas; representantes das Confederações e Federações estaduais de Agricultura e Pecuária, da Indústria, do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, e do Sistema S; produtores, empreendedores e empresários; população residente na área de atuação da Sudene.
Em relação aos dois primeiros grupos (governo e federações), serão realizadas 40 entrevistas qualitativas em profundidade por videoconferência para cada um deles. Os demais serão questionados por meio de entrevistas quantitativas por telefone via Computer-Assisted Telephone Interview (CATI), totalizando 1.200 para o setor produtivo e 1.800 para a população em geral. Segundo Tássia Germano, economista da Sudene e uma das pesquisadoras responsáveis pelo projeto, a pesquisa é fundamental para compreender a fundo os impactos causados pela Covid-19 e identificar com mais solidez a extensão da vulnerabilidade da população em decorrência da crise. “Do ponto de vista social, é fundamental compreender os efeitos da crise econômica agravada pela interrupção das atividades sobre a situação de emprego e a renda das famílias, em especial em relação aos impactos sobre os trabalhadores informais. Também vamos dimensionar quais são os desdobramentos das medidas de isolamento social, além do impacto das ações de preservação da renda das famílias, como o auxílio emergencial concedido pelo governo”, disse.
A pesquisa de mensuração dos impactos da Covid-19 é mais uma das atividades desenvolvidas pela Sudene na construção de estratégias para enfrentar os efeitos da doença no Nordeste. Uma das ações de maior impacto, segundo o superintendente Evaldo Cruz Neto, foi a participação da autarquia na fixação do FNE Emergencial junto ao Ministério do Desenvolvimento Regional, linha que disponibilizou mais de R$ 3 bilhões em crédito para socorrer empreendedores da área de atuação da superintendência. “A Sudene tem utilizado os recursos de sua área finalística para fomentar a incubação de empreendimentos na zona rural. Também temos focado na disponibilização de recursos para pesquisa e desenvolvimento, cumprindo a diretriz principal do Plano Regional de Desenvolvimento do Nordeste, que é a inovação”, finalizou o dirigente máximo da instituição.
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