A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) divulgou os resultados do quarto Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LirAa/LIA) de 2023. A pesquisa, realizada junto aos municípios mineiros entre 23 de outubro e 10 de novembro, é parte da estratégia de monitoramento e controle do mosquito transmissor dos vírus causadores da dengue, chikungunya e zika.
De acordo com os dados enviados à SES-MG por 821 municípios, 359 deles apresentaram o Índice de Infestação Predial pelo Aedes (IIP) igual ou menor que 0,9 e, por isso, receberam a classificação satisfatória, indicando que eles estão em situação de baixo risco de transmissão de arboviroses. Contudo, há 380 municípios em situação de alerta e 82 em situação de risco (IIP maior que 4,0).
O IIP indica o percentual de imóveis que apresentaram recipientes com água infestados por larvas de Aedes, em relação ao total de imóveis que foram vistoriados pelos agentes de combate a endemias (ACE) no município.
A partir dos resultados do LIRAa/LIA, os municípios podem otimizar e direcionar as ações de controle do vetor, delimitar as áreas de maior risco, avaliar as metodologias aplicadas no controle do Aedes aegypti e contribuir para as atividades de comunicação e mobilização, por meio da ampla divulgação dos resultados dos índices.
“É muito importante que, a partir do resultado do LirAa, haja discussão sobre a execução das ações na ponta, para que o agente de combate a endemias atue conforme a realidade local e oriente a conduta da população”, detalha, Roseli Gomes de Andrade, colaboradora da Coordenação Estadual de Vigilância das Arboviroses da SES-MG.
Embora a Vigilância Estadual não considere apenas o levantamento da infestação por Aedes para avaliar a situação epidemiológica quanto à dengue, à chikungunya e à zika, os dados apresentados pelo LIRAa/LIA podem ser considerados como um indicativo de alerta para os locais com possibilidade mais acentuada de registrar um maior número de casos dessas arboviroses.
Recipientes
O LIRAa possibilita identificar, também, os tipos de recipientes onde o mosquito está procriando, gerando informações que sinalizam as áreas em que os agentes de combate a endemias, com a ajuda da população, devem executar ações específicas e direcionadas, numa força-tarefa de combate ao vetor.
O Índice por Tipo de Recipiente (ITR) indica o percentual de cada tipo de recipiente onde foram encontradas larvas de Aedes, em relação a todos os recipientes encontrados infestados durante o levantamento feito pelos agentes nos imóveis. Esse é importante indicador para melhorar o aproveitamento dos recursos humanos e dos recursos materiais, como o uso otimizado dos inseticidas e larvicidas.
Em novembro, permaneceu mais frequente (35%) a infestação dos depósitos móveis (vasos, frascos e pratinhos de plantas, bebedouros, recipientes de degelo das geladeiras etc.), resultado semelhante aos levantamentos realizados em janeiro, maio e agosto de 2023.
Lixo, sucata e entulho ocuparam a segunda colocação entre os recipientes mais infestados em novembro (22,7%), tendo apresentado um importante aumento na frequência de infestação, quando comparado com o levantamento realizado em agosto (10%) deste ano.
Os depósitos utilizados no armazenamento de água para consumo humano ao nível do solo (tonel, tambor, barril, filtro etc.) apareceram em terceiro lugar (18%) entre os mais infestados, seguidos dos depósitos fixos (tanques em obras, borracharia ou horta, calhas, lajes, sanitários, piscinas, ralos etc.), com 11,9%.
Pneus e outros materiais rodantes representaram 8% dos tipos de depósitos infestados e, em últimas colocações, apareceram os depósitos de água elevados (caixa d´água, tambor, depósitos de alvenaria etc.) e os depósitos naturais (bromélias, ocos de árvores e de rochas etc.) com 2,6% e 1,8%, respectivamente.
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