As investigações do caso da morte do advogado criminalista, Alexandre Mauro Barra, de 34 anos, foram concluídas pela Polícia Civil nessa quarta-feira (18). Segundo informações do inquérito, a Polícia concluiu que o crime foi planejado por um amigo íntimo da vítima. O corpo do advogado que foi concretado no quintal de uma casa, foi localizado no dia 20 de dezembro do ano passado.
Cinco homens foram indiciados e presos, incluindo o amigo do advogado, por homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, meio cruel, emboscada e recurso que dificultou a defesa da vítima. Segundo a Polícia Civil, Alexandre Mauro Barra foi morto no mesmo dia em que desapareceu, em 13 de dezembro. Em seguida, foi levado para o local do crime por esse amigo, de 35 anos.
Nessa quarta-feira (18), em entrevista coletiva, a delegada Francielle Drummond deu mais detalhes do caso. “Ele foi atraído por meio de emboscada pelo seu amigo até uma residência localizada no bairro Carmelo. Chegando na casa, o advogado foi rendido com o seu amigo, mas na verdade essa rendição era uma simulação. Porque depois que colocaram um pano na cabeça da vítima, o amigo ajudou também na execução do crime. […] Lá [na casa] já estavam presentes mais três pessoas envolvidas no crime. Colocaram um cinto no pescoço dele [advogado] e ele foi enforcado”.
Ainda de acordo com a delegada, após a morte por enforcamento, o corpo foi arrastado pela escada da casa, que tinha dois andares, e foi colocado no porta-malas de um carro e, posteriormente, levado para uma outra residência, no bairro Independência, onde foi enterrado e concretado. A princípio, o laudo do IML indicou que a morte teria ocorrido por traumatismo craniano, mas após as investigações, os ferimentos na cabeça do advogado foram provocados depois da morte, quando ele foi arrastado pela escada.
As investigações apontaram ainda que o crime foi planejado e motivado por conta de agiotagem. “A motivação do crime está relacionada com agiotagem já que o amigo pessoal da vítima intermediava todos os empréstimos com juros abusivos. Ele pegava o empréstimo com a vítima a juros de 10%, 20% e repassava para outros devedores a juros maiores de 40%. Ele foi o responsável por influenciar todos os outros envolvidos a criar a ideia de matar a vítima e com isso, teriam redução de dívidas e abatimentos de juros. Com isso, ele poderia ficar com todos os valores devidos à vítima naquele momento. […] Ele era o maior interessado na morte, como negociava todos esses empréstimos, ele conhecia todo mundo que era devedor da vítima. Então matando, ele continuaria a receber todos esses valores”.
“Nenhum dos demais envolvidos no crime tinha envolvimento direto com Alexandre”
A PC informou que nenhum dos demais envolvidos no crime tinha envolvimento direto com Alexandre, pois todos os empréstimos eram intermediados pelo amigo. A dívida de um dos devedores deles chegava a R$ 200 mil. Apenas um dos homens não tinha relação com a vítima e só colaborou com a ação por conta de uma grande quantia em dinheiro que lhe foi prometida.
“Um dos envolvidos não tinha uma relação de dívida com a vítima. No entanto, foi prometido que caso ele participasse do crime, ele poderia ficar com todo o dinheiro da vítima que estava nas contas. O amigo teria informado que era cerca de R$ 400 mil. Depois que o advogado foi morto, inclusive, tentaram desbloquear o celular da vítima utilizando a face para sacar o dinheiro, mas a tentativa foi falha”, relatou a delegada.
Conforme a Polícia, quando o caso ainda era tratado como desaparecimento, o amigo foi até a delegacia, acompanhado da mãe e da namorada da vítima, e que ainda as consolou dizendo que iria ajudar na localização da vítima. De acordo com a delegada, esse amigo foi a última pessoa vista foi o advogado, sendo investigado como testemunha. Ao ir até a delegacia, o depoimento dado por ele havia levantado suspeitas dos investigadores. “Quando perguntado se ele sabia o que ele estava fazendo na delegacia, ele informou que estava ali para depor a respeito do homicídio do Alexandre. Isso ascendeu um alerta da polícia porque a gente nem tinha conhecimento ainda que ele havia sido morto”, conta. “A polícia constatou que o amigo íntimo é uma pessoa fria, calculista, que fez tudo isso por dinheiro para ficar com o recebimento de valores de todos esses empréstimos. […] Em suas declarações, ele tenta se esquivar da responsabilidade de execução do crime”, conclui.
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