Na última segunda-feira (29), a Polícia Civil de Montes Claros apresentou a campanha “Sinal Vermelho”. Delegados e o presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Montes Claros (CDL), Ernandes Ferreira, detalharam como vai funcionar a campanha. A ação foi instituída por meio da Lei nº. 14.188/2021 e incentiva que mulheres vítimas de violência doméstica que estejam impossibilitadas de procurarem uma unidade policial, escrevam um “X” na palma da mão, preferencialmente na cor vermelha, e apresentem a funcionários do comércio. A partir daí, os comerciantes devem, de maneira discreta, anotar o nome, telefone e endereço da vítima e, em seguida, acionar a polícia, que dará início ao atendimento à mulher ou à investigação.
De acordo com a delegada Karine Maia, os lojistas que comunicarem uma situação de violência doméstica às autoridades não serão intimados a participar do processo. “Eles não serão chamados para testemunhar a denúncia, serão apenas os informantes. Inclusive, o lojista pode manter o anonimato da denúncia, se preferir”, explicou. Durante a semana, a Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) vai distribuir cartazes aos funcionários e instruí-los a respeito da causa. Para o presidente da CDL de Montes Claros, Ernandes Ferreira, a medida de anonimato vai garantir segurança aos comerciantes.
“O comerciante que aderir à causa vai ser meramente um comunicador. A ação é importante e a expectativa para a adesão dos lojistas é grande. Já temos uma parceria de longa data com as polícias Civil e Militar, que prezam pela segurança do comércio e dos clientes. Sempre buscamos trabalhar juntos e essa causa pede a coletividade”, disse. O delegado da Polícia Civil, Jurandir Rodrigues, relembra que prestadores de serviço também podem aderir à campanha.
“Não é só em estabelecimentos do comércio que essas mulheres devem pedir ajuda. Muitas vezes, prestadores de serviços, como manicures e cabeleireiros, tem um contato ainda mais estreito com as vítimas e devem denunciar situações de violência doméstica”, alertou. A campanha tem caráter pedagógico. A delegada Karine Maia explica que, mesmo que a mulher não esteja coagida e impossibilitada de denunciar, a ação ajuda a conscientizar que o problema é de toda a sociedade.
“Enxergamos a campanha como algo que vai trazer para o consciente coletivo a necessidade de tratar a violência doméstica como uma obrigação de todos, de denunciar, de conscientizar a vítima e trazer o caso às autoridades para criar todo um movimento de combate à violência contra a mulher. Muitas ainda não conseguem sair desse tipo de relacionamento, por todo o machismo e até dependência emocional ou financeira”, explicou.
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