Pacientes com câncer aguardam derrubada de veto presidencial para ter acesso a tratamento (Parte 2) - Rede Gazeta de Comunicação

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Pacientes com câncer aguardam derrubada de veto presidencial para ter acesso a tratamento (Parte 2)

ELIZABETH DE CARVALHAES

Presidente-executiva da Interfarma

Estudo elaborado pela IQVIA demonstra ainda que dos gastos dos planos de saúde, nem 10% são devido aos medicamentos, apesar das alegações de impacto orçamentário nos planos de saúde. Ainda nesse estudo, considerando a análise dos gastos indevidos nas contas hospitalares e nos exames em relação ao total de despesas assistenciais de planos médico-hospitalares, nota-se uma estimativa expressiva e preocupante dos gastos com fraudes e desperdícios, que responderiam por 19% dos gastos totais. Assim como no Brasil, os gastos no sistema de saúde com desperdícios em tratamentos desnecessários, ineficiência do sistema e em fraudes, são significantes nos EUA representando em torno de 30%, de acordo com o Instituto de Medicina da Academia Nacional de Ciências. Sendo assim, definitivamente, não serão os antineoplásicos orais que irão afetar a sustentabilidade da Saúde Suplementar.

Vale ainda destacar que considerando as recentes inclusões ao rol de 2021, os pacientes diagnosticados com carcinoma hepatocelular, basocelular, Linfoma do manto, GIST, renal, LMA e LLC terão acesso aos tratamentos orais aprovados pela ANVISA, ficando de fora desta lista os pacientes de câncer de mama, pulmão, tireóide, próstata, melanoma, ovário, colorretal, mieloma, sarcomas, pâncreas e bexiga.

Mais benefícios para os pacientes que foram “vetados”

Ao tornar obrigatória a cobertura dos oncológicos orais, o PL amplia o acesso dos pacientes oncológicos a tratamentos mais modernos e inovadores. Além disso, a terapia medicamentosa por via oral tem outros benefícios. Mais moderna e confortável, em muitos casos, ela apresenta menores efeitos colaterais do que os medicamentos tradicionais injetáveis, o que resulta em uma melhor qualidade de vida.

Em um momento de pandemia, ao permitir que o próprio paciente faça a administração do medicamento em ambiente domiciliar, segundo as instruções da equipe médica, reduz as idas à clínicas e hospitais. Isso diminui o risco de exposição a outras doenças, já que o paciente oncológico apresenta um quadro de fragilidade de seu sistema imunológico.

Os medicamentos oncológicos orais também podem significar uma economia com a redução de custos com o manejo da terapia endovenosa tradicional, que requer material hospitalar, equipe especializada, disponibilização de ambiente e equipamentos, entre outros. Além de tudo, a aprovação automática de tais medicamentos pelos planos de saúde não significa que eles passarão a ser utilizados por todos os pacientes oncológicos. A decisão sobre qual o tratamento mais indicado para cada indivíduo será sempre tomado pelo médico, tendo em vista o bem-estar e a saúde de seu paciente.

O Congresso Nacional ainda tem a prerrogativa de derrubar o veto em benefício do paciente.

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