BRUNO ZABEU
Gerente de Desenvolvimento de Negócios da Universal Robots na América do Sul
Não é novidade que com a chegada da indústria 4.0, diversos processos foram transformados e essas mudanças continuam acontecendo conforme novas tecnologias são aprimoradas e inovações surgem no mercado. De acordo com estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgado no ano passado, entre as empresas industriais, 69% já utilizavam pelo menos uma tecnologia digital em uma lista que apresenta 18 aplicações diferentes. Além disso, 72% apontaram o aumento da produtividade como um dos principais benefícios obtidos com o uso dessas inovações.
Os robôs colaborativos são um exemplo de solução neste cenário, não só trazendo mais velocidade para setup, fácil customização em massa, flexibilidade e produtividade para as indústrias, como transformando e beneficiando a forma como profissionais do ramo atuam no dia a dia. Diferente do que algumas pessoas ainda acreditam, os cobots vêm para serem grandes parceiros de operadores e por isso é fundamental entender os níveis de colaboração entre homens e estas máquinas, algo ainda pouco discutido e que merece destaque para que seja de conhecimento geral o fato de que a figura do trabalhador não vai sumir das indústrias.
Mais leves e fáceis de serem programados e feitos para atuarem lado a lado dos colaboradores de forma segura, os robôs colaborativos deixam todo o processo produtivo mais inteligente, podendo ser usados na montagem, manutenção, embalagem, paletização, soldagem, inspeção de maquinários, entre outros. Assim, podem realizar atividades no mesmo espaço físico, sem contato direto com os trabalhadores; executar a mesma atividade que os humanos de forma sincronizada, em que enquanto um atua o outro não; trabalhar de forma simultânea com os colaboradores; ou atuar junto com as pessoas no mesmo item para completar uma atividade, o que é chamado de colaboração responsiva.
Com esses níveis de colaboração, substituição e requalificação tornam-se palavras-chave neste contexto. De forma geral, os robôs colaborativos surgem para retirar pessoas de tarefas monótonas, repetitivas e perigosas, permitindo com que não sejam subutilizadas e que migrem para funções que nenhuma máquina é capaz de fazer tão bem quanto um humano. Por isso, com o surgimento dos cobots, pessoas podem adquirir novos conhecimentos, inclusive de como programar e usar as inovações de maneira estratégica dentro da linha de produção. Quanto maior for o grau de colaboração entre pessoas e máquinas e maturidade do uso dos robôs colaborativos, mais será necessária a requalificação profissional e o redesenho completo do fluxo de trabalho de todos envolvidos na produção.
Por isso, líderes precisam olhar para os cobots de uma forma diferente das outras inovações, adequando os métodos de gerenciamento e operações e os níveis de interação para que haja o melhor aproveitamento possível tanto das máquinas como dos humanos.
Diante desse cenário, posso concluir que conhecer os níveis de colaboração é um passo essencial para que toda a cadeia produtiva funcione de forma efetiva e que colaboradores entendem como vão obter diversos benefícios na medida em que os cobots passam a fazer parte do time. Com os robôs colaborativos ganhando cada vez mais espaço no mercado global, é esperado que indústrias dos mais diversos segmentos se aprofundem no estudo de como usar a inovação da melhor maneira.
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