Observatório constata saldo positivo de empregos em Montes Claros - Rede Gazeta de Comunicação

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Observatório constata saldo positivo de empregos em Montes Claros

GIRLENO ALENCAR

O Observatório do Trabalho do Norte de Minas constatou que Montes Claros terminou o mês de maio com um saldo positivo na geração de empregos. O estudo realizado pelos professores Roney Sindeaux e Rogério Martins Furtado observam que o “movimento do mercado de trabalho da cidade de Montes Claros no mês de maio proporcionou resultado positivo na relação entre as admissões e os desligamentos de trabalhadores formais com a abertura de 143 novos postos de trabalho. Porém, o saldo em maio é significativamente inferior ao obtido em abril, equivalendo a apenas 28,5% daquele, que foi de 503 novos postos de trabalho. Isso se deu em decorrência da redução da movimentação do mercado como um todo, provocando redução nas admissões (-10,7%) e acréscimo nos desligamentos (2,5%).

Observando o saldo acumulado nos últimos meses é possível perceber que Montes Claros já recuperou os postos de trabalho formais perdidos em função da pandemia e atualmente tem cerca de 3 mil vínculos a mais do que tinha no final de 2019. No ano, o percentual do crescimento no número de trabalhadores empregados está em 1,89%. Porém, esse crescimento é percentualmente inferior ao observado nos cenários nacional (2,61%), estadual (3,21%) e regional (2,81%). Ao analisar os números do Norte de Minas dissociados dos de Montes Claros, observa-se que o crescimento da região atingiu 3,44%, portanto cerca de 82% superior ao do principal município da região, considerando os empregos formais. Naquele mês foram admitidos 1381 homens (55% do total) e 1.132 mulheres (45% do total).

Essa proporção percentual nas admissões acompanha a representatividade destes gênero no total de trabalhadores formais em Montes Claros, porém, nos desligamentos do homens ocorreu um volume acima dessa representatividade (58.1% do total) com 1.378 trabalhadores. No segmento feminino foram desligadas 992 trabalhadoras (41,9% do total). Tal fato ocasionou no mês uma situação atípica, com 97,9% do saldo entre as admissões e desligamentos sendo composto por trabalhadoras, número que destoa da evolução dos saldos observados ao longo dos últimos nove meses, que se mantinha em média com representatividade de 45%. Quanto ao perfil do trabalhador que obteve o melhor resultado no mês na relação entre admissões e desligamentos, este foi constituído por mulheres, na faixa etária dos 18 aos 24 anos, com escolaridade do ensino médio completo ao superior completo, contratadas por microempresas do comércio e dos serviços com remuneração na faixa salarial de 1,01 a 1,5 salários mínimos.


Perfil profissional de homens e mulheres no período

Entre os trabalhadores homens as características dos que obtiveram os melhores resultados enquadram-se também na faixa etária dos 18 aos 24 anos, contratados para atuar no comércio com faixa salarial de 1,01 a 1,5 salários mínimos. As maiores perdas aconteceram entre os trabalhadores na faixa etária acima dos 30 anos com ensino médio completo, que atuavam principalmente em médias e grandes empresas do setor de serviços, médias empresas do setor agropecuário e grandes empresas da indústria, recebendo remuneração entre 0,51 a 1 salários mínimos.

Entre as trabalhadoras, as maiores perdas ocorreram no setor de serviços das pequenas e grandes empresas, na faixa salarial de 0,51 a 1 salários mínimos. Analisando os saldos do mês por categoria e sua evolução ao longo dos últimos nove meses é possível constatar que o maior volume de trabalhadores admitidos e desligados é formado por profissionais com o ensino médio completo, representando cerca de 60% da movimentação. Observa-se que tal proporção vem aumentando gradativamente em conjunto com trabalhadoras e trabalhadores com escolaridade de nível superior. As perdas se fazem naqueles com escolaridade inferior ao ensino médio completo, principalmente para aqueles trabalhadores que tem apenas o fundamental completo.

Quanto à idade o segmento que mantém o maior volume de saldo positivo é o formado por trabalhadores de 18 a 24 anos, e o que vem perdendo postos de trabalho é o formado por trabalhadores a partir dos 30 anos de idade. Com relação à renda, observa-se um movimento positivo na substituição de salários na faixa do 0,51 a 1 salário mínimo por salários na faixa de 1 a 2 salários mínimos, porém, no acumulado dos últimos nove meses observa-se que as faixas acima de 3 salários mínimos apresentam uma maior quantidade de saldos negativos que positivos, indicando assim que pode ter ocorrido uma pequena melhoria de nível salarial nos estratos de menor remuneração, acompanhando o aumento da escolaridade, mas por outro lado ocorreu uma redução nos estratos com remuneração mais elevada, mantendo maior concentração de trabalhadores formais em estratos de remuneração que não ultrapassam os dois salários mínimos.

No que tange ao setor econômico, no mês os saldos foram positivos para a Construção Civil e o Comércio e negativos para a indústria e a Agropecuária. No acumulado dos últimos nove meses os setores dos serviços e do comércio apresentam os melhores saldos. Quanto ao porte das empresas, no mês de maio as empresas com melhor resultado foram às microempresas e as com pior resultado, aquelas de grande e médio porte. Porém, no acumulado dos últimos nove meses, as grandes empresas permanecem com relativamente bom saldo positivo e apenas as médias apresentam saldo negativo. Os maiores volumes de saldo positivo são observados no segmento das microempresas. (GA)