O líder sul-africano, Nelson Mandela, Nobel da paz em 1994, dizia que “para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, elas podem ser ensinadas a amar”. Existem variadas formas de exercitar o amor.
A ocasião em que o apóstolo Paulo se encontrava em Éfeso, ele escreve a sua primeira carta de aconselhamentos aos Coríntios. Paulo fala da excelência da caridade, um amor puro, que excede e supera quase todas as outras coisas. “O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta”.
Ninguém, por maior santidade que possua, detém o monopólio do amor. O amor é plural! Não se apresenta com fórmula certa! Não é algo matemático! Não pode ser visto como uma receita de bolo, onde os ingredientes são previamente conhecidos, adicionados e misturados.
Repilo, com todas as forças de minha alma, aqueles que só veem um jeito de exercitar o amor. É uma falta de maturidade. Ou melhor, é uma falta de humanidade, particularmente por ignorar a própria espécie.
Nos últimos dias dos meses de novembro e início deste mês de dezembro, alguns sabem, a minha mãe foi internada com Covid-19. Intubada por 11 dias, extubada, agora se recupera das sequelas causadas pelo mal. Foram dias de angústia!
Mas não vou me concentrar nas dificuldades. Quero ressaltar, nesta peroração, apenas e tão somente o amor. Retiro-me ao amor dos filhos. Uns presentes, outros nem tanto. Do amor fraternal. Do amor conjugal, tantas vezes mal visto, talvez pela forma rude com que meu pai aprendeu a exercitá-lo. Do amor estampado na face invisível das orações. Foram tantas! Do amor dos médicos pela sua profissão e seus pacientes, esse a maior razão desta escrita.
Observei de perto, nas UTI’s Covid-19, o quanto os profissionais de saúde como um todo, além de externar o amor, têm amargurado a dor da perda de seus pacientes. Vi olhos lacrimejados, corpos arrepiados, vozes trêmulas. Ouvi relatos terríveis de quem só queria a vida, mas se deparou, não raras vezes, com a inevitável visita da morte. Doeu na alma! E a vida sucumbiu!
Por dever de lealdade, especialmente agora com o amor de minha mãe em casa, não poderia deixar de reconhecer, publicamente, o trabalho dos profissionais de saúde de nossos hospitais, especialmente da SANTA CASA DE MONTES CLAROS e OTORRINO CENTER, sem que isso represente a exclusão de qualquer outro estabelecimento de saúde ou profissional vinculado a outros hospitais. Aqui não os nomino, para não cometer o pecado da injustiça. São anjos sem asas! Espíritos de luz!
O milagre do amor foi e está sendo exercitado todos os dias! Salva vidas! Leva alegrias! Amargura tristezas, perdas, frustrações! Mas se regozija com a cura, com a convalescença, com a vida.
Concluo essa loa às graças recebidas com as palavras de Vinícius de Moraes: “Chore, grite, ame… Diga que valeu, que doeu, que daqui pra frente só vai melhorar… Perdoe, insista, ame novamente… Não leve a vida tão a sério… Descomplique… Quebre regras, perdoe rápido, beije lentamente… Ame de verdade, ria descontroladamente e nunca lamente nada que tenha feito você sorrir…”.
Pouco importam as religiões. Agradecer, sempre será a prece mais bela que existe! De coração, muito obrigado!
MARCELO EDUARDO FREITAS
Delegado de Polícia Federal, Professor da Academia Nacional de Polícia e Deputado Federal
Compartilhe isso:
- Clique para compartilhar no Twitter(abre em nova janela)
- Clique para compartilhar no Facebook(abre em nova janela)
- Clique para imprimir(abre em nova janela)
- Clique para compartilhar no LinkedIn(abre em nova janela)
- Clique para compartilhar no Telegram(abre em nova janela)
- Clique para compartilhar no WhatsApp(abre em nova janela)