LUCIANA BERLANGA
Gerente de Marketing Digital e E-commerce Latam da Thermo Fisher Scientific Brasil
Também é possível afirmar que um dos aspectos de maior protagonismo em 2020 foi a tal da inovação. Não mais opcional e cada vez mais condição essencial de manutenção de modelos de negócio, as empresas precisaram recorrer a diversas estratégias nunca antes imaginadas para manter seus negócios em pé, como terceirizar determinados serviços ao manter dados na nuvem e contratar soluções no modelo SaaS (Software as a Service).
Tudo com o objetivo de se ter menos e acessar o máximo possível. Ao mesmo tempo que mais conexões digitais abriram oportunidades de negócio em parcerias de distribuição de serviços associados a internet, exemplo Netflix, Spotify dentre outros, foi preciso em alguns momentos, ter mentalidade de startup. A agilidade e capacidade de se reinventar, fazer leituras rápidas das novas necessidades de clientes, parceiros e colaboradores.
Quanto às necessidades dos clientes, vislumbramos o nascimento de milhões de novos consumidores. Um dos grandes destaques em termos de comportamento, sem dúvidas foi o impacto da migração de mais de 20 milhões de novos consumidores que compraram online pela primeira vez no Brasil, em um total de 42,9 Milhões de consumidores únicos, número considerado um crescimento exponencial, um marco para o e-commerce, segundo dados do Movimento compre & confie- Neotrust.
Desta maneira, o segmento abriu portas para uma maior conectividade, que definitivamente, geraram demanda por serviços ligados a segurança da informação, ou cibersegurança. Segundo pesquisa “Digital Truit Insights 2020” da PricewaterhouseCoopers, devido às novas ameaças provenientes do trabalho remoto, grandes volumes de transações e dados financeiros em circulação, questões de segurança cibernética e privacidade foram pautas de todas as decisões ou planejamentos de negócios, se configurando como uma grande consequência da pandemia.
Já no que se refere às necessidades dos colaboradores, o pós-pandemia mostrará o quanto a adaptabilidade, humildade e confiança serão fundamentais entre líderes e liderados. A mudança de mindset e conhecimento, o saber desconstruir, estar aberto a aprender todos os dias, espírito de equipe, nunca foram tão valorizados. Afinal, vivemos em uma era digital, em que nunca se falou tanto em humanizar as relações.
A tecnologia veio para encurtar distâncias e hoje podemos contar com uma multiplicidade de canais de relacionamento digitais, que vão de WhatsApp a aplicativos. É verdade que a voz que as redes sociais proporcionaram à comunidade, pode ter tornado as pessoas mais intolerantes, radicais e até agressivas, o que faz parte da quebra de paradigma do momento onde se discute tanto diversidade e as empresas que ainda buscam suas melhores formas de implementar essa condição.
Por fim, uma coisa é certa, a cultura da empatia, diversidade e inclusão vieram para ficar e essas serão atitudes primordiais para lidar com as incertezas e assegurar o sentimento de equipe entre funcionários que estão atuando remotamente. A comunicação deve ser intensa para manter o sentimento de pertencimento. Conciliar o propósito da empresa com o que faz sentido na vida do colaborador, num ambiente empático, de acolhimento e de afeto, certamente reduzirá a ansiedade e depressão. E quanto ao futuro do digital? O que tudo indica é que a partir de agora, ele será o mais humano possível.
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