O futuro da mão de obra na indústria brasileira (Parte 2) - Rede Gazeta de Comunicação

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O futuro da mão de obra na indústria brasileira (Parte 2)

JUDENOR MARCHIORO

Conselheiro da Abimaq, vice-presidente regional da associação no Rio Grande do Sul e diretor executivo da empresa ROBOPAC

Anualmente são mais de 6.000 horas de treinamento no total, para buscar o melhor desempenho e a melhorar performance de cada um. A nossa experiência de 23 anos nos mostrou que qualificar é mais do que necessário, é estratégico para a sustentabilidade e solidez da empresa. Talvez isso seja uma das provas do nosso crescimento. Nos últimos sete anos, crescemos em média 25 % com um significativo aumento do resultado. Trabalhamos para engajar todos na busca dos nossos objetivos e somos totalmente transparentes e honestos em todos os processos, afinal, integridade é um de nossos valores. Somos inconformistas, também um de nossos valores; trabalhamos constantemente na melhoria dos nossos processos e dos nossos produtos, mas principalmente na capacitação das pessoas. Estamos em uma nova planta há dois anos, estrutura totalmente pensada para pessoas, desde o estacionamento, condições climáticas, segurança, ergonomia, restaurante, área de estar e layout em geral, com o objetivo de engajá-las e mantê-las em nossa empresa pelo maior tempo possível.

Mais uma parte do artigo que me chama atenção. “Ensinar a pescar” é necessário. Mas será suficiente?

Certamente não é! Para não perdermos a oportunidade de revelar e de reter talentos, será preciso mais do que ensino. Investir exclusivamente na formação, com rigor, alta performance e disciplina revela talentos, desperta o interesse, cria fundações e transmite conhecimento, mas se não houver ambiente para desenvolver todo esse potencial, perdemos essa riqueza. Os governos dos municípios, dos estados, mas principalmente do país precisam se mobilizar, pois a qualificação da mão de obra é resultado direto da redução do custo Brasil.

O nosso setor de máquinas e equipamentos é um dos setores industriais que mais precisa de pessoas na operação. Pouco podemos automatizar, principalmente no meu caso, em que as máquinas são customizadas. “Aqui pessoas fazem máquinas para facilitar a vida e o trabalho de pessoas”, não eliminamos mão de obra, reduzimos, mas mais do que isso, disponibilizamos facilidade e soluções para que outras pessoas produzam com menor esforço, alimentos, saneantes, cosméticos, bebidas, etc. Desenvolvemos tecnologias que geram riquezas, melhoram a produtividade e a qualidade de vida e dos produtos. As máquinas que produzimos estão presentes na maioria dos lares no Brasil, seja em um alimento, em um produto de limpeza ou em um cosmético. O nosso setor é tecnologia, é eletrônica, é inovação, é um dos mais importantes na distribuição de renda, pois remunera bem e qualifica. Somos o motor da melhoria de produtividade, as tecnologias embarcadas nas máquinas evoluem muito a cada ano e nos permitem ser mais produtivos e mais competitivos. Conheça nossas indústrias mais modernas nesse setor e comprove a nossa evolução e a nossa força. Poucos conhecem ou sabem o quanto importante é a indústria de máquinas no Brasil. Somos tecnologia, somos evolução, somos top.

Precisamos unir forças do setor privado, entidades e governo, estruturar um projeto global de capacitação profissional e executar. O nosso país é um gigante adormecido, temos inúmeros recursos e temos tudo para sermos uma verdadeira potência econômica. Precisaremos nos mobilizar em relação à qualificação da mão de obra antes de se tornar uma falta insustentável, pois urgente já é. Se necessário for, vamos disponibilizar os equipamentos de pesca, ensinar a pescar, ensinar a cozinhar o peixe e ensinar a comer e desfrutar para entender que o esforço vale a pena.

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