O ESG já é uma realidade no Brasil? (Parte 1) - Rede Gazeta de Comunicação

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O ESG já é uma realidade no Brasil? (Parte 1)

MARCUS NAKAGAWA

Professor da ESPM

A Cúpula do Clima, realizada no final de abril e liderada pelo presidente norte americano Joe Biden, fez com que vários países se posicionassem referente às questões da emergência climática e à busca por uma “descarbonização” das suas matrizes energéticas, atividades comerciais e melhoras nas políticas ambientais.

Líderes mundiais apresentaram as suas metas das agendas climáticas e a importância do tema para a criação de empregos, novas tecnologias e a busca da tal “economia verde”. Esta reunião que durou dois dias foi uma preparação para a COP-26, Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que será realizada em Glasgow, na Escócia, em novembro deste ano. É neste encontro oficial das Nações Unidas que os países, oficialmente, se comprometem e fazem os acordos geopolíticos perante outros países, empresas, ONGs, jornalistas, entre outros.

Todo este movimento acaba repercutindo nas empresas, nos investidores e nos negócios, principalmente, no tema que tanto povoa a minha “bolha” digital, o tal do ESG. Para aqueles que ainda não estão acostumados com a sigla, o termo tem a ver com uma gestão mais sustentável, fazendo com que a empresa pense não somente na questão financeira do negócio, mas também em todos os indicadores e resultados ligados ao ambiental (Environmental), social (Social) e à governança (Governance).

O número de fundos ESG em 2020 disponível para investidores americanos cresceu para quase 400 – um aumento de 30% em relação a 2019 e um aumento de quase quatro vezes em uma década, de acordo com a Morningstar, uma grande e independente empresa de pesquisas de investimentos. Inclusive, em novembro de 2020, esta empresa, formalmente, integrou o ESG em suas análises de ações, fundos e gestores de ativos.

No Brasil, segundo a pesquisa “A evolução do ESG no Brasil”, da Rede Brasil do Pacto Global e da Stilingue, de abril de 2021, 78% da geração dos Millennials e 84% da geração Z declaram optar por este tipo de investimento. E no ano de 2020 a discussão deste tema cresceu sete vezes mais, em relação ao ano anterior.

Mas será que é só uma discussão das redes?

Parece que não, pois a pesquisa mostra ainda que 84% dos representantes do setor empresarial afirmaram que aumentou o interesse em 2020 em relação a entender mais sobre esta agenda e sobre os critérios ESG.

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