O enigma global do QI na “Inteligência Internacional” - Rede Gazeta de Comunicação

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O enigma global do QI na “Inteligência Internacional”

Gregório José

Jornalista/Radialista/Filósofo

Ah, o QI! Esse número mágico que promete medir nossa capacidade de resolver problemas, lembrar de onde deixamos as chaves e entender as piadas do jornalista Ricardo Boechat. Estamos ali, na 69ª posição do ranking mundial, com um QI médio de 83. Um pouco atrás do Paraguai (84), Argentina (87), Chile (88), Uruguai (89), e até de Portugal, que adoramos brincar que sabe menos que nós, mas está na 44ª posição com um QI de 93. Mas antes de começarmos a achar que o mundo está de cabeça para baixo, vamos entender esse enigma global com um toque de humor.

Primeiro, vamos esclarecer o que é esse tal de QI. Não, não é uma medida de quantas piadas boas você pode contar na mesa do bar. É uma estimativa da sua capacidade intelectual. Como assim? É a capacidade de entender, combinar e aprender. Então, não é porque alguém teve menos educação que é menos inteligente. Mas se alguém pode alcançar o mesmo nível de educação com menos esforço, então sim, essa pessoa é mais esperta. Simplificando: se você é daqueles que só precisa de meia hora para entender aquele artigo chato, parabéns, você está no caminho certo.

Mas aí vem a pergunta: por que alguns países têm QIs mais altos que outros? Seria culpa do clima, da educação, ou de um misterioso fator genético? Richard Lynn, um professor da Universidade de Ulster, acha que temperaturas mais frias aumentam o volume do cérebro. Faz sentido, não é? Se está frio, você pensa mais para descobrir como se manter aquecido. Já em climas quentes, o corpo gasta tanta energia tentando não derreter que não sobra muito para o cérebro. Só que isso é altamente discutível e pode ser mais uma daquelas teorias que parecem saídas de um filme de ficção científica.

E quanto à educação? Países com altos gastos em educação têm populações mais inteligentes, certo? Bem, nem sempre. No Leste Asiático, por exemplo, as famílias pagam pela educação, e ainda assim, estão no topo do ranking. Então, o que realmente importa é o quanto se investe na qualidade da educação, não apenas o quanto se gasta.

O QI não mede tudo. Não avalia a inteligência emocional, a criatividade, as habilidades práticas ou a ambição. E convenhamos, quem precisa de um QI alto se não consegue entender o humor do Boechat? Na verdade, o QI é um reflexo de um teste desenvolvido por europeus ocidentais, baseado em padrões ocidentais, e aplicados em um ambiente ocidental. Tentar aplicar isso uniformemente em todo o mundo é como tentar usar um manual de sobrevivência no deserto em plena Antártida.

O brasileiro está empatado com “colombianos” e “venezuelanos” e à frente de muitos países africanos. Mas e daí? Talvez seja hora de parar de nos preocupar tanto com esses números e focar em como podemos melhorar nossa educação, nosso bem-estar e, claro, nosso senso de humor. Afinal, entender uma boa piada e saber rir de si mesmo pode ser uma das maiores provas de inteligência que existe. E nisso, meu caro leitor, estamos todos bem ranqueados.

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