Segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), a agricultura mundial terá de ampliar em 80% a produção de alimentos até 2050, para atender as necessidades de uma população projetada para 9,7 bilhões de pessoas. A FAO prevê, também, que o Brasil deverá responder por metade desse montante. Cada vez mais técnicas de aumento de produtividade, que permitem uma maior produção com uma menor necessidade de recursos, serão exigidas.
“É por isso que um modelo de produção mais sustentável é uma das principais demandas atuais da pecuária. E entre os principais fatores que podem contribuir com isso está a nutrição do gado de corte que, se conduzida de maneira estratégica, pode favorecer a redução da emissão de gases nocivos ao meio ambiente e a pegada hídrica na pecuária. Além disso, pode aumentar a produção de mais arrobas por hectare, sem que o pecuarista precise investir em mais animais”, diz Renata Fernandes, zootecnista. Segundo Renata, a escolha correta da inserção de aditivos na dieta bovina é o caminho, já que assegura potencial para que o gado de corte ganhe peso em menos tempo com melhor aproveitamento da matéria seca, ou seja: pasto, consumida pelos animais, tornando o sistema de produção a pasto mais eficiente mesmo em períodos de transição, do tempo chuvoso para o seco, que tende a acarretar o decréscimo na qualidade da forragem consumida pelo animal. “O melhor também é optar pelo aditivo que pode favorecer qualquer suplementação que o animal estiver recebendo na fazenda”, completa a zootecnista.
É o que o estudo 100% nacional e conduzido pela USP comprova. O estudo foi capa do Journal of Animal Science no mês de abril, comparando o efeito da administração de três diferentes aditivos nutricionais melhoradores de desempenho sobre o gado de corte criado a pasto, e revelou a molécula narasina como a melhor opção ao pecuarista. “Segundo o estudo, a administração desse aditivo, aliada a uma pastagem de qualidade, pode fazer com que a fazenda produza até 1,1 arroba a mais por animal ao ano, sem precisar aumentar o rebanho”, resume Renata.
Ela explica que a narasina é um aditivo nutricional para melhorar o desempenho de uso exclusivo veterinário, que promove ao gado uma maior produção de energia e uma melhora na digestibilidade dos nutrientes. No estudo, os animais que receberam a dosagem da narasina, recomendada pela apresentação comercial do aditivo, o ZimprovaTM,, registraram um ganho de peso diário de mais 117g, em relação ao grupo controle. “O que é um desempenho a pasto muito satisfatório. Diversos estudos complementares mostram que em média o ganho adicional gira em torno de 15%-20% de ganho de peso, tanto em época de seca quanto de chuva”.
Em relação aos impactos sobre o meio ambiente, os ionóforos têm a particularidade de realizar mudanças no processo de fermentação ruminal, transformando este processo mais eficiente. O estudo mostrou que a Narasina em questão, tem maior capacidade de aumentar as concentrações de Propionato e diminuir Acetato em animais consumindo exclusivamente pasto quando comparado a outros aditivos. Essa rota fermentativa mitiga a produção de metano, fazendo com que o sistema de produção seja mais limpo e eficiente. É um fator que responde às demandas da pecuária sustentável, aqui e no mundo”, diz Renata.
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