Nunca é só futebol! - Rede Gazeta de Comunicação

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Nunca é só futebol!

JHULLIE RODRIGUES

Jornalista

Tem coisa que é mais do que hábito, parece estar gravado no DNA, tatuado nas memórias. Lembro-me de quando era criança, dos detalhes da dispensa da casa da minha avó. Ali tinham guardados brinquedos antigos dos meus primos mais velhos. Um caminhão de boi, carretel de pipa, e uma bola que ninguém sabia ao certo de onde havia vindo. Lembro-me de jogar justamente com a misteriosa bola e ouvir dos mais velhos “sai daí menina! Onde já se viu jogar de saia?”.

A primeira música que aprendi a cantar foi o meu pai quem ensinou, e era sobre o time pelo qual ele até hoje é apaixonado. Durante toda a vida, o futebol esteve lá. Não há tanto tempo, no dia em que subi ao altar, depois da cerimônia e das comemorações, surgiu alguém com uma bola e fomos todos (inclusive os menos habilidosos, como eu) jogar uma partida de futebol.

O brasileiro respira futebol, e isso é facilmente explicado pela sua maleabilidade. Ele pode estar presente em qualquer classe social. Quem nunca participou ou assistiu uma pelada semanal? Quem nunca vibrou com os gols em um campo de terra, hora com poeira subindo, hora com lama até os tornozelos dos jogadores?

Ele é sem dúvidas o esporte mais amado do mundo, que, segundo historiadores, nasceu quando os ingleses adquiriram o hábito de chutar uma bola de couro, símbolo da cabeça de membros do exército da Dinamarca ainda no Século X.

Mas hoje, o Brasil é quem carrega internacionalmente o título de país do futebol, e a marca surgiu há tanto tempo que já se ficou estabelecido que daqui surgem os maiores nomes de destaque em campo; por volta dos anos 40 o destaque brasileiro em campo cravou a soberania latina e colocou os olhos do mundo aqui.

A seleção brasileira fez história no decorrer dos anos e fez do nosso país o maior em títulos mundiais, ao todo são cinco: 1958, 1962, 1970, 1994 e 2002. Agora, mais do que nunca, o torcedor se veste de verde e amarelo e clama pelo hexa.

Depois de tantas perdas, durante a pandemia, problemas econômicos e sociais, além de divergências políticas, hoje é possível perceber o real significado do dizer “nunca foi só futebol”. Todos os credos e crenças se cobrem, agora, das cores vibrantes da bandeira e se preparam para torcer em uma só voz, pelo Brasil em campo, pelo Brasil do Hexa, Brasil de Pelé, dos “Ronaldos”, de Neymar e de tantos outros craques. Torcer para que o nosso Brasil seja melhor em campo e em casa. E que finalmente não haja divisão entre “nós e os outros”, que voltemos a ser um povo unido, acreditando e provando mais uma vez que nunca é só Futebol.