A pandemia pode ter ampliado o empreendedorismo por necessidade em Minas Gerais. Dentre os Microempreendedores Individuais (MEI) que começaram um negócio após o início da pandemia, 40% empreenderam pela falta de alternativa de trabalho e renda, contra 36% dos que haviam iniciado o negócio antes desse período. Os dados são da Pesquisa Perfil e Comportamento do Microempreendedor Individual de Minas Gerais, realizada pelo Sebrae Minas.
O objetivo do estudo, realizado com base em dados secundários e primários, é o de entender melhor as características do MEI em Minas Gerais, sua motivação para empreender (oportunidade x necessidade), efeitos da pandemia sobre o segmento, fontes de renda, entre outros aspectos. O levantamento também traça um perfil do MEI no estado por setor, gênero, raça, faixa etária e grau de instrução.
A pesquisa mostra que o empreendedorismo por necessidade entre os MEI é mais evidente entre os maiores de 45 anos e os que têm até o ensino médio ou técnico incompleto. “A crise econômica desencadeada pela pandemia teve vários reflexos sociais, entre os quais o desemprego. Esse cenário só agravou a dificuldade que as pessoas com mais de 45 anos e com menor escolaridade têm de conseguir um emprego com um rendimento satisfatório. No caso dos que têm menor escolaridade, a baixa qualificação é um dificultador; e, quanto aos de mais idade, um motivo pode ser o preconceito enfrentado por essas pessoas ao procurar emprego”, avalia Paola La Guardia, analista da Unidade de Inteligência Empresarial do Sebrae Minas.
Mais de 90% contribuem com a renda doméstica
De acordo com o estudo, nove a cada 10 MEI em Minas Gerais contribuem com o orçamento doméstico, sendo 40% os únicos responsáveis pela manutenção da casa. Outros 18% são os principais mantenedores do domicílio e 35% complementam a renda. “Isso confirma que os MEI têm importância fundamental para o sustento de grande parte dos domicílios em Minas Gerais”, destaca Paola La Guardia.
O levantamento também mostra que a cada 10 microempreendedores, sete não buscam outra ocupação; metade (49%) trabalha em casa; 20% não querem crescer e deixar de ser MEI e metade (49%) se vê como empreendedor. “Os que não se reconhecem como empreendedores afirmaram que apenas exercem sua profissão, mas formalizados como MEI. Muitos atuavam com carteira assinada e migraram para o MEI, permanecendo na mesma função. Esses, provavelmente, tendem a não se reconhecer como empreendedores”, explica a analista.
Mulheres empreendem mais por oportunidade
Entre os MEI de Minas Gerais, as mulheres empreendem mais por oportunidade que os homens (64% contra 59%). “Isso pode ser explicado pelo fato de elas terem uma escolaridade maior, e também porque, em média, como mostra a pesquisa, o orçamento familiar depende mais dos rendimentos do homem do que da mulher”, destaca Paola La Guardia.
Segundo a pesquisa, os homens são maioria entre os MEI: 54%, contra 46% de mulheres. O levantamento mostra ainda que 38% das mulheres possuem ensino superior completo ou pós-graduação, contra 25% dos homens. Já 67% dos homens são os únicos ou principais mantenedores da casa, enquanto esse percentual cai para 48% das mulheres formalizadas nessa categoria.
INFORMAÇÕES SOBRE A PESQUISA
A coleta da pesquisa ocorreu entre os dias 17 de abril e 3 de março de 2021, com 1.955 participantes. A margem de erro global da pesquisa é de 2,2 pontos percentuais, com um nível de confiança de 95%.
De acordo com dados divulgados em 31 de janeiro deste ano, pelo Portal do Empreendedor, no estado são 1.498.529 MEIs formalizados, o que corresponde a 63% do total de pequenos negócios do estado. (Agência Sebrae)
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