Tema foi debatido por ministro interino do Trabalho e Emprego e pelo presidente da FIEMG, Flávio Roscoe, em painel no Imersão Indústria
A retomada do desenvolvimento industrial brasileiro envolve diretamente a qualificação de mão de obra, as novas gerações de trabalhadores e tecnologias. A opinião é do ministro interino do Trabalho e do Emprego, Francisco Macena, e do presidente da FIEMG, Flávio Roscoe, que participaram do painel “Nova Indústria Brasil e os impactos nas relações de trabalho”, realizado nesta quarta-feira (2/10), no Imersão Indústria, em Belo Horizonte.
No início do debate e para contextualizá-lo, Roscoe destacou a importância do Fórum Estadual Emprego e Renda da Federação, criado em 2022, para discutir temas importantes que afetam a indústria, os trabalhadores e, por consequência, a sociedade. “Uma das questões levadas à reflexão no Fórum trata justamente da nova indústria brasileira, com os seus avanços tecnológicos, novas demandas da sociedade e os reflexos na relação trabalhista”.
Flávio Roscoe citou ainda três desafios que ele considera cruciais e envolvem esforços conjuntos do poder público, da sociedade e dos trabalhadores para superá-los. Segundo ele, atualmente, uma reclamação comum dos empresários é a dificuldade de contratar mão de obra qualificada para determinados setores e a comunicação com as gerações mais novas de trabalhadores, sobretudo as que estão abaixo dos 40 anos, para compreender os anseios desse público no universo trabalhista. O segundo ponto é a valorização da atividade industrial no país e o terceiro, o equilíbrio para que programas sociais sejam conciliados com o trabalho.
No início da sua fala, o ministro Francisco Macena elogiou a iniciativa da FIEMG de formar o Fórum com a finalidade de ouvir diferentes vozes e encontrar soluções diante de problemas que afetam os trabalhadores e o setor produtivo. Em seguida, o ministro interino falou sobre a geração de emprego no país de janeiro a agosto de 2024. Nesse período, a indústria foi responsável por criar 343.924 mil postos com carteira assinada, conforme o Cdastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
Esses números balizaram o ministro na afirmativa sobre a relevância da retomada do desenvolvimento do setor produtivo no país. Segundo ele, a nova industrialização tem como missão fomentar as cadeias agroindustriais, infraestrutura, transformação digital, transição energética, visando gerar empregos de alta qualidade e de maior renda.
Na outra ponta, o chefe interino da pasta falou dos desafios que a nova indústria impõe ao governo. Entre eles, estão qualificação profissional de acordo com as vocações, observação conjunta do novo mundo do trabalho, inovação e produção de tecnologias, atração de jovens para o novo mundo do trabalho e integração de sistemas públicos e privados.
“É preciso preparar o mercado de trabalho para lidar com essa nova realidade e discutir uma estratégia de qualificação profissional e empregabilidade numa relação tripartite com trabalhadores, empresas e governos, fazendo um diagnóstico preciso para atuar”, observou.
Na sequência, houve outro painel que debateu a importância da valorização do trabalho numa sociedade complexa, multifacetada e marcada pelo avanço das tecnologias. Participaram o superintendente Regional do Trabalho em Minas Gerais, Carlos Calazans, e o fundador e CEO da Indústria de Móveis Infantis Carolina Baby, Áureo Calçado Barbosa.
O Imersão Indústria é realizado pela FIEMG, SESI e SENAI, com patrocínio máster da ArcelorMittal, Codemge, CNI e Vale; apoio máster do SEBRAE; patrocínio ouro da Herculano Mineração, Gerdau, Eletrobras, Schneider Eletric; patrocínio prata do Sicoob Credfiemg, Copasa, CBMM, Souza Cruz/BAT Brasil, USIMINAS e Nanum Nanotecnologia; e apoio do BDMG, Localiza, Bemisa, Sambatec, FAEMG e Fecomércio.
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