Um grupo de estudantes de Montes Claros, identificados como SISU Unimontes Medicina acabou criando constrangimentos entre a Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) e a Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), ao fazer ataques xenofóbicos ao município de Cáceres (219 km de Cuiabá); O caso foi para a área policial, pois a Unimontes solicitou a Polícia Civil que identificasse os autores. O professor Antônio Avilmar Souza explica que os ataques foram alvo de repudio, pois as denuncias “geraram revolta em estudantes da instituição e moradores do município de Cárceres. Os comentários ofensivos foram feitos em um grupo de vestibulandos, intitulado “Unimontes – medicina”, que prestaram o Enem e pretendiam usar a nota para estudar na universidade mato-grossense. O Centro Acadêmico Livre de Medicina (CALM) da Unemat foi quem denunciou os ataques através de nota de repúdio publicada em suas redes sociais na última terça-feira (13).
Nas mensagens, os vestibulandos fazem piada relacionando a cidade com o tráfico de drogas, chegando a falar inclusive sobre o fato de a cidade dividir a fronteira com a Bolívia em tom depreciativo. “Os livros foram trocados por cocaína… lá não tem cadáver para os estudantes porque os reitores da faculdade vendem em troca de drogas para o tráfico”, disse um dos integrantes do grupo. Alguns vestibulandos falaram ainda sobre os riscos que a cidade teria e poderia significar o risco de “sair de casa para estudar e acordar morto”. “Conheço um estudante de medicina que entrou em 2019 e foi alvo de sequestro relâmpago… foi para na Bolívia”. Em outras mensagens, outro vestibulando fala sobre a infraestrutura da Unemat, relacionando, novamente, a proximidade com a Bolívia com o perigo que eles teriam caso escolhessem estudar medicina na instituição. Um deles fala até sobre o risco que eles teriam de pegar dengue. “Essa [Unemat] não tem reboco na parede, fica em Cáceres, divisa da Bolívia. Vão te raptar pra você trabalhar nas plantações de coca da Bolívia”. “Pegar dengue assistindo aula”.
As ofensas geraram revolta nos estudantes de medicina da Unemat que, através do centro acadêmico, denunciaram as injúrias xenófobas, assim como, compartilharam os prints aos quais tiveram acesso. Mateus Vital, presidente da CALM, na Unemat, pontua os comentários como gravíssimos, que ferem a autonomia da universidade. “Comentários completamente desrespeitosos, criminosos, se você parar pra ver o teor das mensagens, não é somente uma ofensa, passa a ser um crime. Você consegue?”.
Na nota divulgada ontem, a Unimontes explica que “tendo chegado ao conhecimento da Reitoria da Universidade Estadual de Montes Claros a existência de manifestações de natureza ofensiva, preconceituosa e eventualmente configuradoras de infrações penais em redes sociais, cumpre informar à comunidade acadêmica que a instituição não compactua com tais manifestações e que encaminhou o caso à autoridade policial para apuração e providências”. Na manhã de ontem, o 11º Departamento da Polícia Civil iniciou investigação para identificar a autoria, precisando tomar as providências cabíveis. (GA)
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