O norte-mineiro Anelito de Oliveira é o único representante da região que participa do livro “Literatura Mineira: 300 Anos”, lançado pela Academia Mineira de Letras para marcar os 300 anos de Minas Gerais. O pesquisador e professor é vinculado à Universidade Estadual de Montes Claros. O trabalho, dividido em duas partes e desenvolvido ao longo de 452 páginas, foi organizado pelo professor e ex-vice-reitor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Jacyntho Lins Brandão. A primeira parte apresenta textos com abordagens mais amplas, enquanto a segunda destaca alguns autores importantes.
No texto intitulado “História e Solidão: Alphonsus de Guiaraens”, Anelito de Oliveira discorre sobre o escritor (1870-1921) nascido em Ouro Preto a partir da página 280. O poeta foi um dos principais representantes do Movimento Simbolista no Brasil. Além de Oliveira, o livro conta com a participação de vários outros pesquisadores e foi lançado com a finalidade de celebrar os 300 anos de independência da então Capitania das Minas do Ouro, em 1720, que deu origem ao estado de Minas Gerais. O livro foi financiado pelo BDMG Cultural, tendo sido publicado também na versão impressa, entre março e abril deste ano, já durante a pandemia do coronavírus.
“É motivo de satisfação participar dessa magnífica publicação, especialmente pelo esmero com que foi organizado esse trabalho, que é de imensa relevância, ainda mais motivado por um tema que nos é tão caro. Também me sinto orgulhoso por representar a Unimontes, fato que reflete a importância da universidade como propulsora de conhecimento para o Norte de Minas e notadamente Montes Claros”, reagiu Anelito de Oliveira. Oliveira é pós-doutorado em Teoria Literária pela Unicamp, doutorado em Letras pela USP, mestrado e graduado em Letras pela UFMG, além de ter feito estágios de pesquisa nas universidades de Salamanca, Porto, Lisboa Clássica, Nova de Lisboa e Minho.
No sábado (5/12), foi celebrou mais uma etapa do calendário de comemorações do tricentenário de Minas Gerais por meio de um evento que foi, ao mesmo tempo, aula de história e manifesto em defesa da cultura do Estado, especialmente da literatura e da gastronomia. O seminário virtual Tradição e Modernidade: as reinvenções criativas da arte em Minas Gerais, transmitido pela TV Assembleia, agora está disponível no canal da ALMG no Youtube. Foram lançados durante o encontro o livro “Nossa Comida Tem História”, organizado por José Newton Meneses, professor do departamento de História da Fafich/ UFMG e diretor do Centro de Estudos Mineiros da UFMG; e a edição nº 79 da Revista da Academia Mineira de Letras – Dossiê dos 110 anos da AML. A iniciativa da Assembleia faz parte da agenda comemorativa dos 300 anos de Minas.
Em sua palestra, a doutora em Literatura e professora emérita da UFMG, Eneida Maria de Souza, destacou a diversidade cultural e o modo específico de o mineiro ver o mundo. Para ela, a cultura mineira é uma “mescla de singularidades”, da cultura erudita portuguesa com a cultura local, e da racionalidade com as crenças religiosas que aqui também se misturaram. Entre outros, a professora usou os exemplos de Ciro dos Anjos e Guimarães Rosa, o empreendedorismo de Juscelino Kubitschek, a obra de Silviano Santiago e dos compositores Milton Nascimento e Fernando Brant para dar uma verdadeira aula sobre a multiplicidade da arte mineira. (Girleno Alencar)
Compartilhe isso:
- Clique para compartilhar no Twitter(abre em nova janela)
- Clique para compartilhar no Facebook(abre em nova janela)
- Clique para imprimir(abre em nova janela)
- Clique para compartilhar no LinkedIn(abre em nova janela)
- Clique para compartilhar no Telegram(abre em nova janela)
- Clique para compartilhar no WhatsApp(abre em nova janela)