GIRLENO ALENCAR
O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) e a Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros vão realizar a partir de hoje (27), a terceira etapa do curso sobre vigilância e controle da transmissão da raiva. Os trabalhos foram iniciados em 2020, mas por causa da pandemia da Covid-19 as atividades foram paralisadas e retomadas em maio deste ano, envolvendo a participação de coordenadores municipais de controle de zoonoses e referências técnicas de endemias dos 54 municípios que integram a área de jurisdição da SRS.
O objetivo da Coordenadoria de Vigilância em Saúde é atualizar os profissionais sobre questões relativas à raiva animal, além de melhorar a comunicação entre as equipes técnicas dos municípios com a Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais (SES-MG). “Desenvolver o curso envolvendo os municípios nos possibilita melhorar as ações de comunicação, vigilância e controle da raiva, além de trazer para mais próximo dos profissionais um modelo de gestão para uma rápida atuação e suporte para o combate a uma enfermidade tão nociva que é a raiva animal e humana”, ressalta o médico veterinário da Superintendência Regional de Saúde, Milton Formiga de Souza Júnior.
O veterinário observa que, atualmente, dos 54 municípios que compõem a área de atuação da SRS somente Montes Claros consegue desenvolver todas as ações de vigilância e controle da raiva. Por isso o município é considerado Área de Raiva Controlada (ARC).
“Com a realização do curso a meta da SRS é ampliar o número de municípios com condições técnicas de desenvolver as ações de vigilância, possibilitando com isso o aumento do controle da doença na região”, pontua Milton Formiga.
Nas duas primeiras etapas do curso ministradas em maio e julho deste ano, as referências técnicas da SRS, Milton Formiga e Amanda de Andrade Costa abordaram questões relativas à vigilância epidemiológica da raiva nas zonas urbanas e rurais; a vigilância ambiental por meio da implementação de pesquisa de animais reservatórios; vacinação de cães e gatos domésticos, bem como de pessoas. Na parte laboratorial os profissionais de saúde foram capacitados quanto à coleta e envio de amostras para o diagnóstico da raiva.
Com aulas práticas ministradas no Centro de Controle de Zoonoses de Montes Claros – (CCZ), os profissionais de saúde desenvolveram ações específicas para as atividades de acompanhamento de animais sob suspeita de terem contraído raiva; procedimentos de eutanásia; coleta de material para pesquisa da doença; cuidados nos procedimentos de coleta, armazenamento e identificação de materiais; georreferenciamento para atividade de bloqueio vacinal; levantamento e análise de indicadores de saúde com dados específicos de cada município.
Atividades de formação para um melhor trabalho
Hoje (27), a partir das 8 horas, no auditório das faculdades Funorte (Campus São Norberto), os trabalhos serão iniciados por profissionais do Cisrum/Samu. Eles vão abordar o tema “Primeiros socorros: Ações que devem ser desenvolvidas durante o atendimento a campo”.
A partir das 14 horas o professor Gilberto Ramalho Ferreira, do CCZ de Montes Claros, falará sobre “Acidentes com animais peçonhentos: controle e prevenção”.
Amanhã (28), às 8 horas, o professor e médico da Secretaria Municipal de Saúde de Montes Claros, Mariano Fagundes, irá falar sobre “Tratamento e manejo de pacientes acidentados por animais peçonhentos”.
Na parte da tarde, a abordagem será os animais peçonhentos nos municípios da área de atuação da Superintendência Regional de Saúde e atendimentos antirrábicos humanos no período de 2017 a 2021.
Na quinta-feira (29), pelo professor Jomar Zatti, do IMA irá fala sobre será encerrado pelo professor Jomar Zatti, do IMA. Ele falará sobre “Noções de segurança em cavernas”.
A coordenadora de vigilância em saúde da SRS, Agna Soares da Silva Menezes lembra que a raiva é uma doença quase sempre fatal, para a qual a melhor medida de prevenção é a vacinação pré ou pós–exposição ao vírus. A doença é transmitida às pessoas pela saliva de animais infectados, principalmente por meio da mordedura. A doença também pode ser transmitida pela arranhadura ou lambedura desses animais.
Após o período de incubação, surgem os sinais e sintomas clínicos inespecíficos da raiva, que duram em média de dois a dez dias. Nesse período, o paciente apresenta mal-estar geral; pequeno aumento de temperatura; anorexia; cefaleia; náuseas; dor de garganta; entorpecimento; irritabilidade; inquietude e sensação de angústia.
Podem ocorrer inchaço, aumento da sensibilidade ao tato ou à dor, frio, calor, formigamento, agulhadas, adormecimento ou pressão no trajeto de nervos periféricos, próximos ao local da mordedura e alterações de comportamento.
A infecção da raiva progride, surgindo manifestações mais graves e complicadas, como: ansiedade e hiperexcitabilidade crescentes; febre; delírios; espasmos musculares involuntários, generalizados ou convulsões.
No Brasil, entre 2010 e 2021 foram registrados 39 casos de raiva humana transmitidos por diversas espécies animais (cães, gatos, macacos e morcegos). No entanto, o número de notificações em que o morcego é o animal agressor tem aumentado. (GA)
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