Norte de Minas na rota dos cafés especiais - Rede Gazeta de Comunicação

PUBLICIDADE

Norte de Minas na rota dos cafés especiais

Minas Gerais sempre figurou na rota dos cafés especiais, levando mundo afora sabores que impressionam pela autenticidade de cada xícara. O Norte do estado também vem ganhando espaço nessa cadeia produtiva, com a expansão de várias lavouras nos últimos anos, principalmente no alto da Serra do Cabral, entre os municípios de Francisco Dumont, Várzea da Palma, Buenópolis e Joaquim Felício, e ao longo de cidades banhadas pelo Rio São Francisco, como é o caso de Buritizeiro e Pirapora. O Sistema Faemg está atento ao avanço da atividade na região e oferece cursos voltados para a cafeicultura, visando a profissionalizar o produtor rural.

A Fazenda Ecoagrícola é uma das que se destacam nessa cadeia produtiva no Norte de Minas. De acordo com o diretor-presidente da fazenda, Pedro Henrique Lima Veloso, a Serra do Cabral é uma região com características muito boas para a produção, atingindo 1.200 metros de altitude, tem terreno argiloso, ótima integração da cultura do café com a natureza e um microclima bem definido, com seca no inverno e verão com chuva, com média de 1.350 milímetros por ano.

A fazenda, que já recebeu cursos do Sistema Faemg, investe na produção de café desde 2007, quando começou a estruturação de todo o terreno e dos métodos de trabalho para o plantio. Em 2020, foi realizada a primeira capacitação para operação e manutenção de tratores agrícolas, direcionada aos funcionários. O curso ocorreu por meio da Associação dos Pequenos Produtores do Brejão, de Claro dos Poções.

“A fazenda era de outra família, que explorava a cultura de pinhos. Passados muitos anos, os herdeiros viram o potencial do café e, em 2010, vim conhecer a região com o objetivo de me tornar investidor do projeto. Hoje estamos com 343 hectares de área de produção, atingindo média de 15 a 18 mil sacos de café por ano. Em 2024, esperamos chegar perto de 55 mil sacos”, destacou Pedro Henrique.

Para a colheita no primeiro perímetro de irrigação, foi preciso um trabalho pontual, com aplicação de técnicas específicas para a cafeicultura. Foi feita a adequação da nutrição da lavoura para melhor se integrar ao clima e às variedades plantadas. “A cafeicultura é uma evolução. No início, houve incertezas e inseguranças. O projeto passou por diversas melhorias. Ajustamos o manejo, o tratamento de pragas e doenças e aperfeiçoamos a sustentabilidade econômica do negócio”.

Desde então, a fazenda, que mantém estrutura de irrigação com cinco pivôs e emprega mais de 180 funcionários, foi sendo moldada e, a partir de 2016, passou a ganhar prêmios nacionais e internacionais. Os cafés são processados com método natural e alguns microlotes são submetidos a técnicas de fermentação.

“Os nossos cafés expressam características muito fortes. Estamos localizados em um terroir bastante distinto que, cada vez mais, vem ganhando destaque mundial. E o mais importante: os nossos cafés refletem essa conexão entre agricultura responsável, meio ambiente preservado e história de vida de cada uma das pessoas que trabalha conosco. Temos a responsabilidade de desenvolver uma cafeicultura eficiente porque somente desta forma conseguimos entregar lotes especiais que variam de 80 e 89 pontos ou mais na escala SCA. E sobre mercado, hoje, 60% do que produzimos é destinado à exportação”.