Norte de Minas faz capacitação sobre câncer infantojuvenil - Rede Gazeta de Comunicação

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Norte de Minas faz capacitação sobre câncer infantojuvenil

GIRLENO ALENCAR

Considerando o aumento do número de casos de câncer infantojuvenil e a necessidade de preparar os serviços de Atenção Primária à Saúde dos 86 municípios que compõem a macrorregião de saúde Norte para o diagnóstico precoce da doença, a Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros e a Fundação Sara irão realizar nesta quinta-feira (19), capacitação sobre sinais e sintomas do câncer em crianças e adolescentes. O evento será realizado a partir das 14 horas, por meio de videoconferência.

A capacitação, organizada pela Coordenadoria de Atenção à Saúde da SRS, contará com a participação da médica oncologista, Eliana Cavacami, do Departamento Conhecimento e Saúde da Fundação Sara. Cada município poderá inscrever um profissional de nível superior da área da saúde que, posteriormente, repassará a capacitação para os demais colegas. As inscrições devem ser feitas pelo link https://forms.gle/HE4TnHoHbhrHguUN7

A referência técnica da Coordenadoria de Atenção à Saúde da SRS Montes Claros, Denise Silveira, ressalta a importância da capacitação das equipes de Atenção Primária à Saúde dos municípios, levando em conta que “o diagnóstico precoce se constitui fator de fundamental importância para a agilização dos tratamentos que são disponibilizados por meio do Sistema Único de Saúde (SUS)”.

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), “cerca de 84% das crianças com câncer vivem em países em desenvolvimento. Além disso, é preciso levar em consideração a possibilidade de subnotificação dos casos nos países em desenvolvimento em que, muitas vezes, a criança não tem acesso ao diagnóstico”. Mesmo sendo uma doença rara, o INCA alerta que “o câncer está entre as primeiras causas de morte em crianças e adolescentes tanto nos países desenvolvidos, quanto nos em desenvolvimento. Apesar de uma maior incidência, os países desenvolvidos apresentam menores taxas de mortalidade, em decorrência de melhores condições no acesso aos serviços médicos e de diagnóstico e tratamento”.

O Instituto Nacional do Câncer observa que o diagnóstico precoce do câncer em crianças e adolescentes visa proceder ao encaminhamento dos casos em tempo adequado; aumentar as chances de cura e possibilitar tratamentos menos agressivos, reduzindo as sequelas orgânicas e psicológicas; reduzir os custos e tempo de hospitalização, além de diminuir a mortalidade pela doença. Nesse contexto, o INCA destaca que “algumas medidas podem facilitar o diagnóstico precoce do câncer infantil, principalmente na atenção básica: capacitar profissionais de saúde para aumentar sua aptidão para a suspeição da doença por meio da identificação de sinais e sintomas; estabelecer protocolos de encaminhamento para o tratamento adequado nos estabelecimentos de saúde especializados”. 

O INCA assinala que os pais devem ficar alerta, uma vez que criança não inventa sintomas de doenças. Ao sinal de alguma anormalidade, devem levar seus filhos ao pediatra para avaliação. Na maioria das vezes os sintomas estão relacionados a doenças comuns na infância, mas isso não deve ser motivo para descartar a visita ao médico. Nas leucemias, pela invasão da medula óssea por células anormais, a criança se torna mais sujeita a infecções; pode ficar pálida; ter sangramentos e sentir dores ósseas.

No retinoblastoma, sinal importante é o chamado “reflexo do olho do gato”, embranquecimento da pupila quando exposta à luz. Pode se apresentar, também, por meio da fotofobia (sensibilidade exagerada à luz) ou estrabismo (olhar vesgo). Geralmente acomete crianças antes dos três anos. Aumento do volume ou surgimento de massa no abdômen podem ser sintomas de tumor de Wilms (que afeta os rins) ou neuroblastoma.

Tumores sólidos podem se manifestar pela formação de massa, visível ou não, e causar dor nos membros. Esse sintoma é frequente, por exemplo, no osteossarcoma (tumor no osso do crescimento), mais comum em adolescentes. O tumor do sistema nervoso central tem como sintomas dores de cabeça, vômitos, alterações motoras e de comportamento, além de paralisia de nervos.