Norte de Minas cria protocolo único e impede festas em junho - Rede Gazeta de Comunicação

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Norte de Minas cria protocolo único e impede festas em junho

GIRLENO ALENCAR

Os municípios do Norte de Minas decidiram ontem (15), em videoconferência, estabelecer um Protocolo Único para evitar a chegada da terceira onda da Covid-19 e com isso, evitar que sejam tomadas medidas mais restritivas, como suspensão das atividades econômicas, fechamento de cidades e caos na rede hospitalar. O pedido de unificação das ações foi apresentado pelo prefeito Humberto Souto, pela superintendente regional de Saúde, Dhyeime Thauanne Pereira Marques e pelo promotor Daniel Lessa, coordenador regional de saúde do Ministério Público. A reunião foi organizada pela Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene (Amams), a pedido do Centro Regional de Operações de Emergências em Saúde (Coes).

Os dados apresentados na reunião mostram que o Norte de Minas registrou até agora 1.889 mortes por Covid e 93.452 pessoas contaminadas com a doença. Aliado a isso foram identificadas 74 amostras de nova variante no Norte de Minas, colocando em risco de chegar a terceira onda. O Ministério Público propôs que as Prefeituras do Norte de Minas publiquem decretos similares ao de Montes Claros, onde não foi ‘amargo’ a ponto de matar o paciente, mas estabeleceu normas que impede o fechamento de escolas, comércio e outras ações restritivas.

Na abertura dos trabalhos, o presidente da Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene (Amams), José Nilson Bispo de Sá, prefeito de Padre Carvalho, mostrou que o foco é suspender a realização de festas juninas em todo Norte de Minas, pois lembra que ficou constatado o crescimento dos casos de Covid depois das comemorações dos Dias das Mães, Corpus Christi e Dia dos Namorados, quando várias pessoas se reuniram para as datas. Ele lembrou que em junho são tradicionais as festas de São João e São Pedro, no Norte de Minas e suspender a sua realização é evitar novos casos. Ele lembra ainda que o Norte de Minas está na onda vermelha e o próximo passo será a onda roxa, que restringe muitas atividades.

O prefeito de Montes Claros, Humberto Souto, reforçou os argumentos e lembrou que apenas a fiscalização é capaz de conter a aglomeração e a transmissão da doença e por isso, implantou medidas rigorosas, com multas altas e prisão dos envolvidos. Mostrou aos prefeitos que não adianta Montes Claros determinar medidas e os municípios da região não seguirem os passos, pois com o agravamento dos pacientes, todos terão que vir para Montes Claros e corre risco de faltar leitos. Reforçou que tem de existir preocupação com as economias, mas a prioridade é a vida.

A secretária municipal de Saude, Dulce Pimenta reforçou essa necessidade de Protocolo Regional Unificado. Ela foi apoiada pelo coordenador regional do Colegiado dos Secretários Municipais de Saúde do Norte de Minas, Edvaldo Farias. A superintendente regional de saúde, Dhyeime Thauanne Pereira Marques lembrou que o exemplo seguido pelo Norte de Minas permitiu que a região apresentasse os melhores indicadores epidemiológicos e assistenciais de Minas Gerais na segunda onda, permitindo até receber pacientes de outras regiões. O promotor Daniel Bessa reforçou esse protagonismo do Norte de Minas.