A Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais e a Escola de Saúde Pública de Minas Gerais concluem hoje o primeiro ciclo de implantação do Projeto Saúde em Rede na microrregião de Bocaiúva. A primeira oficina do Projeto está sendo realizada no auditório da Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros (SRS) com a participação de profissionais de saúde dos municípios de Francisco Dumont, Itacambira, Bocaiuva, Guaraciama, Olhos-d’ Água e Engenheiro Navarro. Além de profissionais da ESP-MG os trabalhos contam com a participação das referências técnicas da Coordenadoria de Assistência à Saúde da SRS, Marta Raquel Mendes Vieira e Ludmila Martins Ferraz Rocha. Nesta semana, além da microrregião de Bocaiúva os municípios que integram os polos de saúde de Taiobeiras e Pirapora também iniciaram a implantação do Projeto Saúde em Rede.
As oficinas objetivam a formação de tutores que vão atuar junto com os municípios na estruturação das redes de atenção à saúde com foco na transformação do atual modelo hierárquico – que tem os hospitais como centros dos atendimentos – para dar lugar à gestão integrativa. Nesse contexto, os serviços de atenção primária dos municípios é que serão os ordenadores dos cuidados em saúde. O Projeto foi iniciado em 2019 numa etapa piloto em 29 municípios do Vale do Jequitinhonha, com o apoio do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Conselho Estadual dos Secretários Municipais de Saúde (Cosems) e o Hospital Israelita Albert Einstein.
A formação dos tutores indicados pelas secretarias municipais de saúde está sendo conduzida pela SES-MG e pela ESP. Eles atuarão como ponto focal em seus territórios, definindo unidades onde os processos de trabalho serão implementados para realizarem as mudanças no modelo de atenção. Como resultados, espera-se a realização de consultas especializadas mais resolutivas; menos filas para atendimento das demandas da população; maior satisfação dos usuários com a atenção primária; redução de internações hospitalares e atendimento no modelo de atenção às condições crônicas.
Também é atribuição das secretarias municipais de saúde garantir que os profissionais da área tenham condições de frequentar os cursos de capacitação e implantar as ferramentas e instrumentos propostos. Marta Vieira e Ludmila Ferraz explicam que o Projeto constitui um processo de educação permanente que tem o propósito de desenvolver a competência das equipes para o planejamento e organização da atenção à saúde com foco nas necessidades dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). O trabalho deverá ser implementado de acordo com o Modelo de Atenção às Condições Crônicas, contemplando desde a organização dos serviços de atenção primária, passando pela atenção especializada e hospitalar a fim de promover um melhor serviço para a sociedade e gerar mais valor para a população.
Para isso a metodologia é estruturada em seis etapas temáticas, com 11 oficinas tutoriais e seis workshops de alinhamento conceitual. A tutoria não se constitui processo de fiscalização ou avaliação de desempenho, nem de definição do que os profissionais devem fazer. Pelo contrário, se constitui em um “fazer junto”, sem substituir os profissionais nas suas funções e responsabilidades, ajudando na reflexão sobre a própria prática, na identificação de fragilidades e nas ações corretivas necessárias. O Projeto conta com uma plataforma de monitoramento da evolução dos municípios em relação às matrizes e instrumentos propostos, bem como do status de cada localidade em relação ao projeto. Um painel de bordo permite à gestão identificar quais processos foram implantados e o nível de maturidade da gestão de processos em cada uma das unidades laboratório, de atenção primária e especializada. (GA)
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