GIRLENO ALENCAR
Os diplomatas da Embaixada de Israel no Brasil e da Câmara de Comércio do país do Médio Oriente percorrerem o quatro polos agrícolas mineiros durante a última semana. As visitas tiveram como objetivo o estabelecimento de uma cooperação técnica internacional voltada para a gestão de recursos hídricos e sustentabilidade na agricultura irrigada. Segundo o subsecretário de Política e Economia Agropecuária da Seapa, João Ricardo Albanez, as trocas foram positivas e apontam para a viabilidade da colaboração entre Minas e a nação mediterrânea. “Israel tem a expertise da gestão dos recursos hídricos, do reuso da água, da agricultura de precisão. Nós temos várias interfaces nas quais, com a boa vontade destes parceiros, conseguiremos atender a demandas históricas dos produtores rurais mineiros”, afirmou.
As atividades representam desdobramento de Acordo de Cooperação Técnica. Estabelecido pela Sede com as instituições, o termo foi instituído em dezembro de 2021 e teve o objetivo de aprofundar as relações de negócios bilaterais. Desde então, foram realizadas diversas ações de comércio e investimentos com Israel e, mais recentemente, definiu-se que a gestão hídrica também seria uma frente de trabalho. “A ação como um todo faz parte da política da Sede de fortalecimento econômico e internacionalização de setores produtivos por meio da promoção de negócios internacionais. A iniciativa é capitaneada pela Diretoria de Promoção de Exportações e Comércio Exterior, que trabalha exatamente na identificação de potencialidades que podem ser promovidas no cenário internacional. Prevê, ainda, o reconhecimento de gargalos econômicos que podem ser tratados por meio da articulação com mercados parceiros”, explicou o diretor de Promoção de Exportações da Sede, Marcello Faria.
A comitiva esteve em Paracatu, no Noroeste de Minas, onde percorreu o Perímetro Irrigado de Entre Ribeiros, com agenda de sobrevoos e paradas em estações de captação de água e fazendas. De lá, partiu para o Norte de Minas, onde visitou o Perímetro Irrigado de Gorutuba, em Janaúba. Em seguida, o grupo passou por Jaíba, também ao Norte, para que os israelenses conhecessem o projeto de irrigação que leva o nome do município e é o maior da América Latina. No local, foram averiguados pontos de macrodrenagem e possíveis melhorias no reaproveitamento dos recursos hídricos e no monitoramento da umidade nos solos.
Por fim, esteve em Catuti, também na região Norte, com o intuito de examinar o Centro de Difusão de Tecnologia Algodoeira de Catuti e uma propriedade rural com tecnologia de irrigação por gotejo, a partir de um tanque com geomembrana. Por se tratar de uma região com escassez hídrica, é utilizada a chamada “irrigação de salvamento”. Para o adido agrícola de Israel, Ari Fischer, há muito trabalho a ser desenvolvido de forma cooperada. “Eu vi um potencial enorme e que é possível aumentar ainda mais a produtividade agrícola em Minas, com a tecnologia que nós podemos trazer, do nosso país, para os produtores rurais mineiros”, avaliou.
