Uma mulher, de 42 anos, foi presa após se passar por uma criança de 11 anos, dizendo que tinha sido abusada sexualmente para conseguir doações de pessoas e igrejas, na cidade de Goiânia (GO).
De acordo com a Polícia Militar, o caso aconteceu no Setor Parque Acalanto. Após ser presa e passar por atendimento hospitalar, os médicos ainda descobriram que a mulher tinha mais de 200 agulhas espalhadas, dentro do corpo. O caso está tendo investigado e o inquérito foi distribuído nessa segunda-feira (5), na Central de Inquéritos de Goiânia.
Segundo informações do conselheiro tutelar Rondinelly-Ná, ele foi chamado por pastoras de uma igreja, após elas receberem uma ligação de uma pessoa dizendo ser adolescente, e que estava perdida, precisando de um apoio.
“Elas fizeram ali o acolhimento e, quando elas a encontraram, viram que ela tinha várias cicatrizes pelo braço. Ela tem um corte que começa no pé da barriga até acima um pouco do seu peito”, contou à reportagem.
A mulher foi atendida e encaminhada para o Hospital Estadual da Mulher (Hemu), no entanto, como ela declarou a pouca idade, o conselheiro teve que encaminhá-la para o Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad). Quando descobriram que ela não era um criança, a mulher foi liberada e levada para Central de Flagrantes da Polícia Civil.
Após ser encaminhada à PC, os militares realizaram busca pelos conselhos tutelares com um dos nomes informados pela suspeita. Durante o levantamento foi encontrado registros anteriores contra ela praticando o mesmo golpe.
“Com isso, acionamos a Polícia Militar para que desse suporte tomasse as providências necessárias para que ninguém mais caísse em nenhum golpe dessa mulher”, afirmou o conselheiro.
Ainda de acordo com a PM, que atendeu à solicitação do conselheiro, a mulher teria dito que a data de nascimento dela seria de uma criança. Já durante a entrevista, a mulher revelou que havia mentido e disse o seu verdadeiro nome. Com isso, um consulta foi feita nos sistemas policiais e a verdadeira idade dela foi descoberta. Além disso, na ficha da mulher haviam registros por estelionato e falsidade ideológica em outros estados.
Agulhas pelo corpo
O hospital no qual a mulher foi internada informou, ainda, que o estado de saúde da paciente era estável clinicamente e sem dor. Após avaliação clínica e realização de exames de imagem, as equipes confirmaram que não se tratava de uma criança. Ao todo, foram encontradas mais de 200 agulhas espalhadas dentro do corpo da mulher.
O médico Dr. Marcelo Daher explicou que as agulhas podem causar uma inflamação.
“Quando é na musculatura ou subcutâneo, não tem tanto problema no início. Depois, começa a ter reação inflamatória”, disse.
De acordo com o Dr. Marcelo Daher, as pessoas que aplicam ou engolem agulhas podem trazer riscos para a saúde e precisam de acompanhamento especializado, com um médico psiquiatra.
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