GIRLENO ALENCAR
Vários postos de combustíveis de Montes Claros esgotaram os seus estoques de gasolina na sexta-feira e sábado, depois que os motoristas e motociclistas formaram grandes filas, temendo ficar sem o produto por causa da paralisação dos caminhoneiros na Refinaria Gabriel Passos, em Betim, depois que o Estado se recusou a negociar a redução do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias (ICMS). A principal consequência é que o preço do combustível deverá ter aumento, em torno, de R$ 0,10 o litro da gasolina de hoje para amanhã, por causa deste imposto. O preço médio na cidade está de R$ 5,35 a R$ 5,45 e poderá chegar, conforme previsão dos empresários do setor, a R$ 5,55.
Os montes-clarenses reviveram na sexta-feira e sábado o drama de 2018, quando a greve dos caminhoneiros deixou os postos sem o combustível e os motoristas e motociclistas tinham de enfrentar imensas filas para adquirir o produto. Em vários postos, o produto acabou, para desespero de quem estava na fila. O funcionário público Manoel Santos Dias lamentou na noite de sexta-feira (26) que tenha de conviver com esta situação, pois ficou quase uma hora na fila para comprar R$ 150,00 de gasolina. “É uma falta de respeito com o povo. Não podemos ficar refém dessa situação. Qualquer insatisfação, os caminhoneiros fazem a paralisação. Olhe que temos uma Base de Combustíveis em Montes Claros”, explica.
Paralisação e desdobramentos
Na sexta-feira os caminhoneiros que transportam combustíveis iniciaram uma paralisação em Minas Gerais contra a alíquota do ICMS do diesel do estado, que hoje é de 15%. A greve foi suspensa na noite de sexta-feira (26) após uma reunião entre a categoria e representantes do governo do estado. O Sindicato das Empresas Transportadoras de Combustíveis e Derivados de Petróleo do Estado de Minas Gerais (Sindtanque-MG) alertou para o desabastecimento do Estado, pois 300 veículos suspenderam a atividade. O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo do Estado de Minas Gerais (Minaspetro) informou que a paralisação afetou o carregamento nas bases próximas à Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim.
O governador Romeu Zema anunciou, sexta-feira, por meio de sua conta no Twitter, a criação de um grupo de trabalho em conjunto com representantes das entidades ligadas à cadeia do combustível para buscar alternativas para as insatisfações que levaram à paralisação do setor. Zema afirmou que a equipe do governo já se reuniu com os envolvidos no movimento e que a situação deve ser solucionada por meio do diálogo. “Preocupado com a situação que levou os transportadores de combustíveis a promover uma manifestação e com a corrida da população aos postos de combustível, pedi à equipe que se reunisse com os envolvidos no movimento e reafirmasse nossa disposição para o diálogo. O Governo assume o compromisso de instalar já na próxima semana um grupo de trabalho em nossa equipe, em conjunto com representantes das entidades ligadas à cadeia do combustível, para a busca de uma solução dialogada e efetiva para as questões levantadas” disse o governador.
Ele também ressaltou que reduzir impostos é uma das prioridades da atual gestão. “Reduzir impostos é um desejo meu e um compromisso desse Governo, vamos continuar perseguindo esse objetivo tão logo a situação fiscal do Estado e as limitações legais trazidas por ela nos permitam. Até lá, temos de construir alternativas e vamos buscá-las em conjunto”, afirmou. Os caminhoneiros, que questionam a tributação sobre o óleo diesel, se concentram desde a madrugada de sexta-feira em rodovias do estado e anunciaram a greve da categoria. A Polícia Militar foi acionada para garantir a saída de caminhos da Refinaria Gabriel Passos, em Betim, permitindo o deslocamento de motoristas que não aderiram ao movimento.
O Governo de Minas esclarece ainda que as recentes mudanças no preço dos combustíveis não são em função do ICMS, mas sim da política de preços praticada pela Petrobras. O Estado reafirma seu compromisso de não promover o aumento de nenhuma alíquota de ICMS até que seja possível começar a trabalhar pela redução efetiva da carga tributária. No momento, em virtude da situação financeira do estado, a Lei de Responsabilidade Fiscal exige uma compensação para aumentar receita em qualquer movimento de renúncia fiscal, o que não torna possível a redução da alíquota.
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