A cidade de Montes Claros sediará a Conferência Internacional Medievalismos Globais, evento virtual programado para acontecer entre os dias 28 a 30 de abril, com a participação de pesquisadores convidados do Brasil, Estados Unidos, Reino Unido, Austrália, Dinamarca, Portugal e de Cabo Verde. A iniciativa é do Grupo de História Medieval da Universidade Estadual de Montes Claros, que tem apenas um ano de atividades, mas já coloca a instituição como uma referencia no país. O prazo para inscrição dos trabalhos termina hoje (15). A programação será online, como medida preventiva neste momento de pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
Haverá duas conferências, quatro mesas redondas, workshop e simpósio temático para a apresentação de trabalhos científicos. Os interessados também podem sugerir propostas para mesas temáticas. Os materiais selecionados serão publicados no e-book do evento, que será lançado no segundo semestre. O resultado de todas as submissões será divulgado até 25/4.
O GEHM foi criado em março de 2020, como iniciativa de alunos orientandos em História Medieval do curso de licenciatura em História da Unimontes. “Até como reconhecimento ao grande interesse dos alunos, abraçamos o projeto como instituição e com a perspectiva de interação com outros centros de estudo do tema e para a produção permanente de pesquisas”, destaca o professor Vinicius César Dreger de Araújo, supervisor do grupo de estudos. Doutor e mestre em História Social pela USP, com ênfase em Idade Média, ele é o responsável pela disciplina em História Medieval na Unimontes/Montes Claros. O professor Robson Murilo Grando Della Torre, doutor em História Cultural pela Unicamp e responsável pelas disciplinas de História Antiga e Medieval no curso de História no campus Unimontes/São Francisco (Norte de Minas), é o supervisor-adjunto do GEHM.
O termo “História Medieval” é abrangente. Há uma amplitude e Vinícius Dreger faz questão de explicar as diferenças. “A História Medieval aborda o período entre os séculos V e XV, com os marcos cronológicos basicamente entre o final do Império Romano do Ocidente e o final do Império Romano do Oriente”. Já o medievismo, segundo ele, refere-se ao interesse pelos fatos e processos históricos do período medieval. “Por sua vez, o medievalismo se inspira em algo ligado à Idade Média, mas não é rigorosamente fiel à realidade histórica, como vemos em obras musicais, literárias, no cinema e televisão, jogos e outras formas que geram os produtos culturais atualmente”, afirma.
O professor da Unimontes vai além: “a recepção e o uso da Idade Média estão em todos os aspectos, concentrados na cultura de massa e nas discussões políticas da atualidade, por exemplo. A desmitificação é fundamental para se entender o porquê desta apropriação que vemos em segmentos como na indústria do entretenimento e que movimenta bilhões de dólares”. Um dos grandes incentivos para o desenvolvimento do Grupo de Estudos em História Medieval foi a realização de reuniões online para a discussão de textos temáticos, já no primeiro mês de criação do GEHM. A ideia foi ampliada com a participação do público externo, como graduandos, mestrandos, doutorandos e pesquisadores de outras instituições.
“Tivemos o privilégio de qualificar o formato do trabalho, com a participação de autores de nossas referências bibliográficas nas reuniões do grupo. O ambiente mais interativo contribuiu bastante com a maturação dos estudantes”, acrescenta o professor.
Professor alemão fará abertura da Conferência
Entre março e novembro, as reuniões foram semanais – formato hoje quinzenal. “Ainda em junho, já estendemos os convites para as participações internacionais e tivemos o privilégio de receber o professor PhD Richard J. Utz, natural da Alemanha e catedrático do Instituto de Tecnologia da Georgia (GeorgiaTech), dos Estados Unidos.
Ex-presidente da Sociedade Internacional para o Estudo do Medievalismo e autor de diversas publicações sobre o assunto, ele será o conferencista na abertura da Conferência Internacional organizada neste mês pela Unimontes. “Com as constantes participações de referências no assunto, conquistamos rapidamente uma interação com vários dos principais centros mundiais nestes estudos, inclusive com repercussão do nosso grupo em sites internacionais”, explica. De acordo com o professor, a abertura com as instituições brasileiras e internacionais elevou ainda mais o debate até mesmo para consolidar as parcerias que, agora, contribuem com a realização da Conferência. O coordenador do GEHM comemora a publicidade positiva que o grupo passou a ter, mesmo se tratando de uma universidade estabelecida em um dos rincões brasileiros.
“Sobretudo a integração entre pesquisadores nacionais e internacionais foi determinante para constituirmos este novo polo de estudos medievais mesmo no interior do país”, finaliza Vinícius Dreger, ao destacar os alinhamentos com outros grupos com linhas de pesquisas afins nas Universidades Federais de Minas Gerais (UFMG), do Rio de Janeiro (UFRJ), do Triângulo Mineiro (UFTM), do Vale do Jequitinhonha e do Mucuri (UFVJM), de Pelotas (UFPel), Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), de Mato Grosso (UFMT) além de pesquisadores de outras instituições.
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