Montes Claros registra mais de 1,5 mil casos de febre chikungunya - Rede Gazeta de Comunicação

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Montes Claros registra mais de 1,5 mil casos de febre chikungunya

GIRLENO ALENCAR

O município de Montes Claros registrou 1.501 casos registrados de febre chikungunya, o que equivale a 17,11% de todos os casos confirmados em Minas Gerais, segundo o último boletim divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde, que aponta ainda 362 casos de dengue, sendo dois casos com evolução para óbitos. O Estado registrou 90.713 casos prováveis (casos notificados exceto os descartados) de dengue. Desse total, 69.768 casos foram confirmados para a doença. A doença provocou a morte de 63 pessoas em Minas Gerais e 20 óbitos são investigados até o momento. Em relação à febre chikungunya, foram registrados 8.770 casos prováveis da doença, dos quais 6.270 foram confirmados. Até então, não há nenhum óbito confirmado por chikungunya em Minas Gerais, e quatro seguem em investigação. Quanto ao zika vírus, foram registrados 62 casos prováveis, sendo 18 confirmados para a doença. Não há óbitos por zika em Minas Gerais, até o momento.

Em um trabalho acadêmico denominado ‘Estudo da incidência Epidemiológica causada pelo Aedes aegypti e sua relação com o saneamento básico em bairros de Montes Claros’, Naiara Ramos de Oliveira, Rafael Arcanjo de Oliveira Filho e Isabela Sarmento Barbosa Bastos apontam que o “consumismo, em decorrência da globalização e capitalismo, contribuiu para o aumento de resíduos sólidos eliminados e acondicionados indevidamente. Para melhor gerenciamento de tal, foi instituída a Lei nº 12.305. Porém foi percebida, de acordo com dados que há uma destinação inadequada dos resíduos sólidos”.

O estudo revela ainda que esse descarte é um dos fatores que facilitam a proliferação do mosquito Aedes aegypti, vetor de doenças como dengue, chikungunya e zika vírus, que estão apresentando elevados casos de notificação no Brasil. “Nessa perspectiva, o controle vetorial constitui um desafio da saúde pública atrelada à infraestrutura”, aponta.

Ainda segundo a pesquisa, de acordo com os Levantamentos Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa) de janeiro e março de 2017, foi observado, pelos dados, porcentagens consideráveis de criadouros em depósitos móveis (em janeiro foram encontrados 20,1% e em março, 15,3% da totalidade. “Os resultados indicam para a urgência em viabilizar estratégias eficientes e sustentáveis de controle, no âmbito socioambiental incluindo na gestão dos resíduos sólidos programas que promovam uma cultura de educação ambiental. Em visita aos locais, observou-se ainda, que nos bairros de estudo, foram encontrados presença frequente de descarte em locais impróprios, sendo a maioria feita em lotes vagos. Mas também foi encontrado em bocas de lobo e próximo e dentro de córregos. Observou-se ainda, a presença quase unânime de resíduos da construção civil juntamente com os resíduos domiciliares. Com isso, verifica-se uma carência na gestão dos resíduos da cidade de Montes Claros, ressaltando a dificuldade do mesmo, já que extrapola as ações políticas, uma vez que a população é um obstáculo, pois por questões culturais, desconhecimento de risco e falta de consciência descartam o resíduo em locais inapropriados”, revela a pesquisa.

O estudo sugere ainda uma fiscalização mais rigorosa, gestão mais eficiente e programas de conscientização da população para se evitar que esses problemas continuem se repetindo. “Existem inúmeros fatores envolvido na extinção do inseto, e, portanto, em detrimento ao seu grande potencial de proliferação e da dificuldade na sua erradicação torna-se imprescindível ações de prevenção e combate com políticas públicas voltada para o saneamento básico. A falta ou ineficiência desse serviço aliados às condições socioeconômicas e culturais da população, permitem a continuidade da cadeia de homem facilitando a existência do vetor, e posteriormente sendo portador do vírus”, aponta.