Montes Claros discute superlotação nos hospitais - Rede Gazeta de Comunicação

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Montes Claros discute superlotação nos hospitais

A Câmara de Montes Claros realizou, na manhã desta quinta-feira (3), audiência pública para debater a situação da saúde pública municipal, principalmente em relação à falta de pediatras nos hospitais. Devido à pandemia do novo coronavírus e com a chegada da gripe H3n2, a procura por médicos nos postos de saúde e hospitais aumentou consideravelmente. Segundo os vereadores, diariamente eles recebem denúncias relacionadas à falta do atendimento médico, especialmente em relação às especialidades.

Foi destacado que é necessário criar medidas para fortalecer o SUS, pois é a principal porta de entrada para a população carente. “O direito à saúde não pode ser restrito a um grupo de pessoas. Em Montes Claros estamos vivendo uma crise nos hospitais, devido a Covid-19 e à gripe que atingiu grande parte da população. Além da superlotação nos hospitais, estamos vivendo com a falta de profissionais especializados, como é o caso dos pediatras”.

O Conselho Municipal de Saúde informou que encaminhou para os hospitais uma solicitação pedindo a relação dos especialistas que o município dispõe na rede SUS.

A audiência contou com a participação de representantes dos hospitais de Montes Claros, no qual, cada um mostrou a realidade de sua unidade e a necessidade dos profissionais da saúde. De acordo com a superintendente do Hospital Universitário Clemente de Faria, Priscila Isabela Fonseca, o hospital conta com recursos limitados para uma demanda ilimitada. Destacou que antes a média mensal de atendimentos pediátricos era de 357 crianças, e que agora o número passou para 1.550. “Triplicamos nossa média de atendimento sem aumentar nossos recursos humanos”, enfatizou Priscila. Representando o Hospital das Clínicas Mário Ribeiro da Silveira, a médica pediatra, Cindy Machado, relatou os principais gargalos enfrentados pelos especialistas. A médica também pontuou que o hospital tem 10 leitos neonatal e que recentemente foi inaugurado um pronto de atendimento pediátrico – logo será inaugurado 10 leitos de UTI voltados para crianças.

“Muitos colegas estão deixando os postos de trabalho por causa da sobrecarga e pela falta de meios para oferecer um atendimento de qualidade aos pacientes. Recentemente tive que entubar uma criança de um ano de idade, mas não tinha vaga para encaminhá-la para um hospital que atendesse as necessidades – devido a esse tipo de situação, nós pediatras, decidimos abrir mão do plantão”, relatou a médica.

Segundo o superintendente da Santa Casa, Maurício Souza, a Secretaria Municipal de Saúde liberou um pediatra para atender nos plantões SUS, e devido à alta demanda, o hospital colocou a disposição, por conta própria, mais um especialista para ajudar.

A secretária de saúde, Dulce Pimenta, afirmou que o município tem limitação de profissionais, mas que junto com o SUS reforçará o quadro de médicos. A deputada estadual Leninha (PT) que também participou da audiência, disse que os médicos estão trabalhando à exaustão e muitos não são remunerados como deveriam. A deputada colocou a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia de Minas para reivindicar melhorias para a saúde da população montes-clarense.

PEDIATRAS – O representante dos médicos pediátricos, o advogado Igor Rafael Guedes, relatou os problemas enfrentados pela classe, entre eles a falta de garantia trabalhista, nem mesmo através de contrato. “Eles não pedem altas remunerações, o que precisam é o mínimo para trabalhar com dignidade, segurança no trabalho e condições para oferecer um bom atendimento aos pacientes”, finalizou o advogado.

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