GIRLENO ALENCAR
Será realizada hoje, às 10 horas, uma mobilização dos pais de alunos das escolas de Montes Claros, pedindo a retomada das aulas na cidade. A concentração será realizada na praça dos Jatobás e os participantes sairão em carreata pelas ruas da cidade. No final de novembro ocorreu um evento similar e como consequência, o Ministério Público pediu a Prefeitura de Montes Claros para emitir um comunicado, direcionando como ficará o calendário escolar. O evento em Montes Claros faz parte da mobilização nacional, que tem a adesão de várias cidades. No mesmo horário, serão realizadas carreatas, pela priorização e urgência da retomada das aulas presenciais, de forma facultativa e com os protocolos de segurança.
Os organizadores salientam que através dessa carreata também querem reforçar a necessidade de que os governos dos estados e governo federal classifiquem a educação como serviço essencial, formalizando a necessidade de priorização destes serviços dentro da sociedade. “Desde março de 2020 as escolas estão fechadas na maior parte do Brasil. Já se passaram 10 meses desde que as crianças foram proibidas de frequentar as escolas presencialmente. No início da pandemia era razoável que essa atitude fosse tomada, uma vez que a doença era ainda muito desconhecida, e que se imaginava que o comportamento do coronavírus fosse similar a outras viroses já conhecidas, que se disseminavam com bastante facilidade entre as crianças. Isso justificou o fato de diversos setores da economia terem sido priorizados no processo de saída gradativa do lockdown”.
Informam que “porém, com o passar dos meses, vários artigos científicos trouxeram a conclusão de que crianças raramente transmitem Covid-19 para os adultos, dificilmente precisam de medicamentos específicos, e que crianças raramente desenvolvem quadro grave da doença. Dessa forma, a escola, com todos os devidos protocolos, não é um local de alta transmissibilidade. Além disso, com o passar do tempo, foi sendo percebido também que o afastamento das escolas já trazia sérias consequências. Crianças que aparentemente estão sendo consideradas “birrentas”, ou “difíceis de lidar” estão na verdade sinalizando quadros de ansiedade, irritabilidade, depressão e alterações do sono. Distúrbios de alimentação levando a quadros de obesidade ou anorexia. Adolescentes falando em suicídio. Medo, pânico. Agressões e violência sexual”.
Destacam que “tudo isso sem falar nas perdas evidentes no desenvolvimento cognitivo das crianças menores, que precisam da interação social não apenas como uma diversão, mas sim para a sua formação psíquica e motora. Ou seja, desde meados de agosto já sabíamos que era seguro e necessário voltar. Porém as autoridades não priorizaram o retorno das crianças para as escolas, como aconteceu em diversos países do mundo. As aulas online foram um paliativo que contribuiu (em parte) para a questão pedagógica ou curricular para algumas crianças. Porém muitas não tiveram essa oportunidade e com isso sabemos que a qualidade do ensino foi gravemente comprometida. A evasão escolar será altíssima. Muitos jovens já desistiram de retornar. Já estão trabalhando, se casando, engravidando, ou simplesmente perderam o gosto pelo estudo”.
Manifesto justifica motivo para a reabertura de escolas
A nota informa que “vimos nessa virada de ano que as autoridades não foram capazes de conter as aglomerações e estamos assistindo o número de casos subir novamente. Não sabemos o que será feito com os demais setores da economia. Porém sabemos que lugar de criança é na escola, que a escola é um local seguro, que ela é um serviço essencial, e que, portanto, ela deve ser prioridade. Ou seja, as escolas devem ser o primeiro setor a ser reaberto, e só fechar novamente em caso extremo, depois que todas as demais medidas de contenção cabíveis. Nossas crianças não podem mais continuar pagando esse preço altíssimo. Elas não podem continuar sendo privadas do convívio escolar (que é um direito constitucional) enquanto seus pais circulam livremente”.
“A probabilidade de um pai ou uma mãe levarem o Covid-19 para dentro de casa ou para os avós é muito maior do que o risco que a criança representaria frequentando a escola. Além disso, o que queremos é o direito de optar pelo retorno presencial, ou seja, que a participação seja facultativa, e que se mantenha a opção das aulas remotas para aqueles que preferirem continuar nessa modalidade. A essa altura, 10 meses depois, todas as escolas já deveriam estar prontas e aptas ao retorno. A equipe treinada e preparada. E caso ainda não estejam, nossa luta é para que esses preparativos sejam tratados com a máxima urgência, para que os alunos retornem o mais rápido possível. As crianças não têm culpa. As crianças não são as vilãs dessa história”.
Por fim, informam que “mesmo aquelas que não contraíram o vírus estão adoecendo. Elas foram afastadas das escolas por uma questão de saúde e justamente por uma questão de saúde é primordial que elas retornem o quanto antes. Listamos abaixo as cidades que já confirmaram a participação na carreta nacional, porém diversas outras já estão também se organizado. E estaremos nesse dia também representando as incontáveis cidades que não tem acesso à informação ou que não conseguiram se mobilizar, mas que também aguardam ansiosamente pela retomada das aulas presenciais”. (GA)
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