GIRLENO ALENCAR
A morte de Gustavo Rodrigues Sousa, de 10 anos, depois de ser picado por escorpião na zona rural de Patis, no Norte de Minas, abriu nova discussão sobre os riscos provocados por esse animal peçonhento. O menino estava internado na Santa Casa de Montes Claros e faleceu na tarde de quarta-feira. Segundo familiares, o incidente aconteceu na última terça-feira (8) quando Gustavo brincava na casa de um primo. “Ele brincou durante o dia e, à noite, reclamou de dor na mão e começou a tossir. Ninguém viu o escorpião. O pessoal achou que era até pneumonia por causa da tosse”, disse Welson Pereira, primo da mãe do menino.
O menino morreu por volta das 13h17 após sofrer três paradas cardiorrespiratórias. O hospital confirmou que ele recebeu soro antiescorpiônico. Consta no atestado de óbito que a causa da morte foi ‘choque cardiogênico e escorpionismo’. Gustavo morava com a mãe, a avó e o irmão, na Vila Castelo Branco, em Montes Claros. Ele foi velado em casa. Em 2020, o Hospital Universitário de Montes Claros, que é referência no atendimento a vítimas de picadas de peçonhentos, atendeu a 6.084 casos de pessoas que sofreram ataques de animais peçonhentos, sendo registrada uma pequena queda (3,93%) em relação a 2019 (6.333 atendimentos). O escorpião é a espécie peçonhenta com o maior registro de vítimas, respondendo por 44,49% do total de ocorrências desta natureza no HUCF nos últimos dois anos. Os dados foram divulgados nesta semana pelo Escritório de Qualidade do HUCF.
Conforme o relatório, em 2020, apesar do esforço da equipe do Hospital Universitário em salvar vidas, o HUCF registrou quatro óbitos de vítimas de animais peçonhentos, sendo a maioria de pacientes que foram transferidos em estado grave, vindos de outros municípios da região. Em 2019, foram registradas quatro mortes de vítimas de complicações decorrentes de picadas de animais peçonhentos. De acordo com os números do Escritório da Qualidade do HUCF, em 2020, foram atendidas na unidade 2.689 vítimas de picadas de escorpião, 3,24% a menos do que os casos de 2019 (2.770). No ano passado, janeiro foi o mês com maior quantidade de pessoas atacadas pelo escorpião, com 705 casos – contra 667 ataques registrados em 2019 – queda de 5,39% em relação a janeiro do ano retrasado (5,39%).
As cobras estão como a segunda maior causa de acidentes com espécies venosas registradas pelo serviço especializado do HUCF, um aumento de 7,23% dos atendimentos de um ano para outro – 252 (2020) contra 234 (2019).
Em 2020, o HUCF atendeu 54 pessoas atacadas por aranhas, 15,62% inferior ao número de vítimas da mesma espécie no ano anterior (64). Os casos de vítimas de abelhas e vespas em 2020 foram 54, queda de 29,62% em relação aos caos de 2019 (38). Foram atendidas pela unidade hospitalar sete vítimas atacadas por artrópodes em 2020 – aumento de 40% em relação a 2019 (cinco casos). E, em último lugar, outros répteis com um ataque em 2019 e nenhum no ano passado.
Ainda conforme os dados do Escritório da Qualidade do HUCF, em 2020, houve o registro de 20 ataques de animais venenosos não identificados, com redução de 53,84% em comparação com os 65 casos registrados em 2019. Naquele ano, a unidade ambulatorial atendeu a uma vítima de “répteis não identificados”, não ocorrendo caso semelhante em 2020.
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