Filho de Zeus e de Maia, o deus grego Hermes é uma divindade associada à comunicação e à linguagem, além de ser ligado à Medicina. Não sabemos se Basílio de Paula Ferreira e Joaquina Mendonça de Paula, ao batizarem seu filho Hermes Augusto de Paula, sabiam das implicações de seu nome, mas o fato é que ele, nascido em Montes Claros no dia 6 de dezembro de 1909, foi um dos maiores historiadores, folcloristas e médicos da história da nossa cidade.
Cursou o primário no Grupo Escolar Gonçalves Chaves e o secundário no Colégio Arnaldo, em Belo Horizonte, e no Instituto Granbery, da Igreja Metodista de Juiz de Fora. Diplomou-se como médico em 1939, pela Faculdade Fluminense de Medicina, na cidade de Niterói/RJ. Enquanto estudava lá, trabalhou no instituto Vital Brasil, onde foi assistente do próprio Dr. Vital (1865-1950), importante médico, sanitarista e pesquisador.
Ao voltar para Montes Claros prestou serviços médicos na Santa Casa. Lá atuou como diretor-clínico em 1949. Posteriormente, montou um laboratório de análises na cidade. Trabalhou como profissional da saúde no Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER/MG) e no Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), onde atuou como chefe do departamento médico e assistencial. Para registrar toda a sua vivência na área médica, Hermes escreveu o livro “A Medicina dos Médicos e a Outra…”, onde ele aborda os tratamentos tradicionais e os feitos pelos curandeiros e rezadeiras, à base de ervas medicinais
Em 1969, Hermes idealizou e fundou a Faculdade de Medicina da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), prestando serviço, também, como educador.
Sua contribuição para a cultura montes-clarense foi muito intensa. Segundo o pesquisador Dário Cotrim, Hermes de Paula foi um historiador que registrou grandes acontecimentos de Montes Claros ao longo do tempo, como também as manifestações religiosas da cidade. Para eternizar seus escritos, ele escreveu o livro “Montes Claros: Sua História, Sua Gente e Seus Costumes”. Outra obra importante de sua parte foi “O Uso do Pequi e do Pequizeiro no Sertão”, um registro sobre a cultura deste fruto em nossa região.
Outro feito de Hermes para a cultura foi a fundação, por sua iniciativa, do Grupo de Serestas João Chaves, que dirigiu por 16 anos, período em que o grupo gravou 8 LPs.
Hermes foi membro da Academia Montes-clarense de Letras, da Academia Municipalista de Letras de Belo Horizonte, da Academia de Letras de Piracicaba – São Paulo, do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais e do Instituto Genealógico Brasileiro. Ele faleceu no dia 10 de junho de 1983.
Centro Cultural Hermes de Paula
Para homenageá-lo, Montes Claros fundou, há exatos 44 anos, o Centro Cultural Hermes de Paula. Inaugurado em 22 de maio de 1979 é, desde então, considerado um espaço pulsante da cultura montes-clarense, dando voz a todas as manifestações artísticas da cidade. O Centro é composto pela Galeria de Artes Godofredo Guedes, pelo Teatro Municipal Cândido Canela e pela Biblioteca Pública Municipal Antônio Teixeira de Carvalho. (Ascom PMMC)
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