J.A.PUPPIO
Empresário
Os avanços mais rápidos relacionados a medidas de proteção respiratória aconteceram, principalmente, durante a Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918), com o advento das máscaras de uso militar.
Os alemães desenvolveram aerossóis altamente tóxicos no campo de batalha, forçando à criação de filtros altamente eficientes contra particulados. Um desses filtros foi desenvolvido em 1930 por Hansen e usava lã animal impregnada de resina, com eficiência em torno de 99,99 %. Atualmente, os filtros contra aerossóis utilizam fibras mais baratas, de mais fácil obtenção, com baixa resistência à respiração e com boas propriedades contra o entupimento superficial.
No fim da Primeira Guerra Mundial, a gripe espanhola se tornou uma pandemia global extremamente avassaladora, que vitimou 50 milhões de pessoas. Acredita-se que a propagação do vírus tenha sido impulsionada pela volta dos soldados, que retornavam das trincheiras. A publicação britânica “Nursing Times”, de 1918, divulgou que as freiras da St. Marylebone Infirmary, em Londres, levantaram divisórias desinfetadas entre cada cama dos pacientes. Outra medida adotada era que “cada enfermeira, médico, babá ou assistente” no local tinha que usar uma máscara para se proteger. As pessoas comuns também foram estimuladas a usar máscara. Muitas as improvisaram com gaze ou adicionavam gotas de desinfetante a engenhocas adaptadas embaixo do nariz.
Com relação às máscaras de proteção mais adaptadas ao cenário atual de Covid-19, temos estudos comprovando a maior eficácia dos modelos N95, que se tornaram simbólicas desse período. Ajustado adequadamente ao rosto, o objeto é capaz de filtrar 95% das partículas transportadas pelo ar, como vírus, o que outros apetrechos de proteção não conseguem. Seu uso começou nos idos de 1910. Contudo, as primeiras máscaras cirúrgicas começaram a ser utilizadas por médicos em 1897. Consistiam em um lenço amarrado ao redor do rosto, mas não foram projetadas para filtrar doenças transmitidas pelo ar. Eram mais usadas para impedir que os médicos tossissem ou espirrassem gotículas nas feridas durante a cirurgia. E assim se seguiram novas possibilidades, mais seguras e efetivas, que nos protegem até hoje.
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