Macron critica o Brasil enquanto a França afunda em problemas - Rede Gazeta de Comunicação

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Macron critica o Brasil enquanto a França afunda em problemas

Gregório José

Jornalista/Radialista/Filósofo

Ao observar as declarações de líderes europeus, como Emmanuel Macron, presidente da França, é impossível não notar a hipocrisia escancarada. Macron, em seu papel de defensor da moral e dos bons costumes ambientais, não hesita em apontar o dedo para o Brasil e outras nações em desenvolvimento, criticando questões ambientais e sociais. No entanto, ele parece esquecer convenientemente dos sérios problemas que assolam seu próprio quintal, como a infestação de ratos e o esgoto no Rio Sena.

Essas Olimpíadas de Paris mostra a verdadeira França do empoderado Emmanuel.

A ONU recentemente destacou que a região europeia é a que mais rapidamente sofre os efeitos do aquecimento global, com temperaturas subindo duas vezes mais rápido que a média global. O diretor regional da OMS para a Europa, Henri Kluge, afirmou que os três anos mais quentes já registrados ocorreram desde 2020, e a década mais quente foi desde 2007. Com isso, é evidente que a Europa, incluindo a França, enfrenta uma crise climática severa que se agrava a cada ano.

Enquanto Macron se dedica a criticar a gestão ambiental de outros países, ele parece ignorar o fato de que a França enfrenta problemas de saúde pública diretamente relacionados às suas próprias falhas ambientais. As temperaturas insuportáveis têm levado a um aumento significativo na mortalidade relacionada ao calor, com a Europa detendo 36% das mortes globais por altas temperaturas, equivalente a 175 mil vidas perdidas todos os anos. A situação é tão grave que o secretário-geral da ONU, António Guterres, emitiu um apelo urgente à ação contra o calor extremo.

O calor extremo agrava condições crônicas como doenças cardiovasculares, respiratórias e cerebrovasculares, além de afetar a saúde mental e condições relacionadas com a diabetes. Os idosos e as mulheres grávidas são particularmente vulneráveis. A resposta de Macron? Pontuar as falhas de outros enquanto seu próprio país luta para manter a saúde pública em meio a uma crise ambiental.

Medidas para combater o calor extremo, como evitar atividades extenuantes nos horários mais quentes e manter ambientes frescos, são apenas paliativos diante da magnitude do problema. Mais de 20 países na Europa têm planos de ação para lidar com a saúde e o calor, mas, segundo a OMS, isso ainda não é suficiente para proteger todas as comunidades.

O que Macron e seus colegas europeus precisam entender é que antes de criticar outras nações, eles devem olhar para suas próprias falhas e trabalhar para resolvê-las. Infestações de ratos e esgoto nas ruas de Paris não são problemas menores e refletem a incapacidade de lidar com questões básicas de saneamento e saúde pública. Até que líderes como Macron comecem a limpar seus próprios quintais, suas críticas soam vazias e desprovidas de credibilidade. A França, assim como outros países europeus, precisa urgentemente resolver seus problemas internos antes de tentar se colocar como exemplo para o resto do mundo.