ÉRIC ALMEIDA
Cineasta
A Disney tem se tornado especialista em expandir suas franquias para vários meios do mercado audiovisual, sendo as mais relevantes deles o Universo Cinematográfico Marvel e o universo de Star Wars, que nos últimos quatro anos ganhou três novas séries de TV. Nesse novo lançamento da Pixar – conhecido estúdio de animação responsável por filmes como Ratatouille, Up e Wall-E – a empresa decidiu trazer uma nova aventura a um personagem bem querido dos fãs, estamos falando de Buzz Lightyear, o astronauta de brinquedo que protagonizou os filmes de Toy Story ao lado do caubói Woody. Mas não se engane, pois Lightyear não tem nada a ver com os filmes originais, a premissa é que aqui temos o filme que inspirou a criação do boneco, ou seja, um filme que o garoto Andy assistiu na infância.
Dentro da trama, o patrulheiro Buzz carrega uma enorme culpa após cometer um erro durante uma missão espacial, fazendo com que milhares de companheiros ficassem presos em um planeta hostil. Com isso, nosso protagonista se torna obcecado em conseguir um complicado combustível que pode levar todos para casa, e essa tarefa acaba levando muito mais tempo que o esperado, e quando uma invasão catastrófica atinge o lugar, a culpa e o perigo só aumentam.
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A produção conta com nomes renomados envolvidos no projeto, mas quem senta na cadeira do diretor é o estreante Angus MacLane, que até então só tinha assinado alguns curtas do estúdio. Angus consegue trazer uma sóbria atmosfera de ficção científica, os visuais encantam e os conceitos científicos são bem colocados para não seja exigido muito do público infantil. Os leves tons de azul são usados para refletir o isolamento de Buzz, porém, o roteiro é tão corrido que a passagem do tempo e as perdas do personagem são jogadas pra escanteio, e isso prejudica a maior reviravolta do filme, que cria um dilema da relação do protagonista com sua culpa, mas o terreno é tal mal preparado que os clichês do filme não assumem uma identidade própria.
Meu maior problema do filme é no uso da propriedade intelectual de Toy Story, que foi feito sobre a justificativa de presentear o público que teve a infância marcada com os dois primeiros filmes do Anos 90, mas o que MacLane entrega é um personagem que em nenhum momento nos traz lembranças do Buzz de Toy Story, tirando o orgulho pelo manto de patriota, acaba que o filme em nenhum momento justifica o porquê daquele projeto se intitular Lightyear.
A falta de personalidade não é exclusiva do personagem principal, o novo elenco de coadjuvante com tramas batidas e um humor que deixa a desejar, com isso, 90% da diversão está na conta de Sox, o fofo gato robô que é o centro das atenções toda vez que aparece em cena.
Lightyear faz um bom trabalho em trazer uma nova visão do personagem, porém não traz de volta o encanto de Toy Story para os mais velhos e muito dificilmente irá conquistar essa nova geração numa época onde os heróis dominam as telas.
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